A execução das atividades pedagógicas pelas professoras Elizabeth
Leitão, Priscila Vieira, Graziela Correia e Andrea Coelho leva em conta
as condições clínicas dos pequenos
Paredes
coloridas, murais com desenhos e pinturas, sala de estudo e
brinquedoteca. Essas características fazem parte de uma ala do 2º andar
do prédio de internação do Hospital Municipal Jesus, em Vila Isabel, que
atende pequenos pacientes pelo Programa Classe Hospitalar. A
iniciativa, uma parceria entre as secretarias municipais de Saúde e de
Educação, tem como objetivo fazer com que as crianças não percam
conteúdo programático enquanto são submetidas a tratamentos na unidade,
mantendo sua rotina escolar, além de minimizar os traumas da
hospitalização. O projeto, pioneiro no Brasil, começou há 63 anos (14 de
agosto de 1950) e é referência nacional como espaço educacional
inclusivo.
Em um ambiente lúdico, colorido,
agradável e divertido, cerca de 90 crianças participam por mês do
programa, realizando tarefas escolares e trabalhos de grupo. Elas têm
aulas de português, matemática, ciências e informática, além de poderem
disfrutar de momentos de lazer com atividades de recreação e leitura.
Segundo a coordenadora do programa,
Elizabeth Leitão, que atua na unidade desde 1985, o trabalho reúne
direitos básicos à educação e à saúde:
“Aqui trabalhamos a criança, a família e
a escola. Temos um olhar amplo na educação dessas crianças. Transformar
é nosso papel, bem como tentar dar dignidade e oportunidade no futuro.
Cada criança tem um desempenho diferenciado. Fazemos a adaptação e
seguimos o currículo pedagógico, utilizando todo o material da rede
municipal de ensino. Temos uma escola viva dentro do hospital. Muitas
crianças já chegam aqui com dificuldades e temos que ser mediadoras e
facilitadoras. O objetivo é reinseri-las sem grande defasagem na escola.
A prática é rápida e lúdica, já que o fluxo de crianças é bastante
grande”.
A Classe Hospitalar funciona de segunda a
sexta-feira em dois turnos. Pela manhã, atende os pacientes
individualmente nos leitos do hospital, quando a criança tem limitação
de locomoção, e, à tarde, as tarefas são realizadas na sala de aula
montada na unidade. O ambiente também conta com sala multimídia com
computadores, parquinho para recreação livre, jogos dirigidos,
biblioteca com livros variados, sala de estudo, televisão, aparelho de
DVD, carrinhos, mesinhas.
A execução das atividades pedagógicas
pelas professoras Elizabeth Leitão, Priscila Vieira, Graziela Correia e
Andrea Coelho leva em conta as condições clínicas dos pequenos, as
orientações médicas, os níveis de desenvolvimento e escolaridade e a
faixa etária dos alunos – de três a 18 anos incompletos. O conteúdo
programático vai da Educação Infantil ao 9º ano e tem acompanhamento
pedagógico da Educação Especial do Rio de Janeiro/Instituto Helena
Antipoff. Todas as atividades recebem orientação da equipe de saúde com
relação à atenção e condição clínica dos pacientes e também dos pais
responsáveis, que autorizam a participação dos filhos no programa.
Estudante do 6º ano da Escola Municipal
Evangelina Duarte Batista, Sara Queiroz Linhares, de 11 anos, alegou que
o tempo que passa na Classe Hospitalar é justamente no horário em que
estaria na escola, por isso, não sente tanta falta da sala de aula.
“Estudo à tarde, mesmo horário daqui do
hospital. Apesar de não estar indo à escola, estou aprendendo várias
coisas como a importância dos alimentos, das campanhas de vacinação e
outras coisas. Aqui também é legal, tem brinquedos, jogos, computador e a
gente se diverte”, disse Sara, que trata uma tuberculose e crise na
coluna.
Neste ano, o projeto pedagógico tem como
tema “Vivendo entre laços”, uma referência ao poema O Laço e o Abraço,
de Mário Quintana, e visa promover uma reflexão sobre os valores e as
relações humanas. Cada matéria é abordada de forma interativa. Na
disciplina de português, por exemplo, ensina como escrever o nome dos
países; na de geografia, por meio de bandeiras e mapas; na de
matemática, através de tabelas de jogos; e na de ciências, mostra fatos
do cotidiano, como a campanha de vacinação. Para tornar as aulas mais
atrativas são trabalhados assuntos da atualidade, além de datas
comemorativas como aniversário do Rio (março), um laço de amor; Páscoa
(abril), um laço de fraternidade; Dia do Abraço (maio), laço de amizade;
e Copa do Mundo, laço entre o homem e o mundo.
Fonte: http://aibnews.com.br/noticias/plantao-rio/2014/04/hospital-municipal-pediatrico-no-rio-oferece-aulas-para-pacientes-internados.html
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