quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A primeira escola criada dentro de um hospital no País.

A escola que dá uma lição de vida

Quase todos os dias, David, de 6 anos, passa algumas horas na sala de aula. Ele faz desenhos, pinta, cria, brinca, se diverte no computador e dá os primeiros passos na leitura e na escrita. Nada fora do comum se o garoto não travasse, há dois meses, uma árdua luta contra a leucemia e se a sua escola não estivesse instalada na ala de pediatria, no quinto andar do Hospital A.C. Camargo, uma das referências nacionais para o tratamento de câncer.

Assim como seus pequenos pacientes, as 14 professoras (12 da Prefeitura e duas do Estado) da Escola Especializada Schwester Heine, se esforçam diariamente para evitar que os pacientes mirins em tratamento hospitalar percam o ano letivo. Elas acompanham o aprendizado das crianças e dos jovens, orientam nas tarefas e até aplicam provas, enviadas pelas escolas de origem. Mas, mais do que evitar a repetência, a escola tem o papel fundamental de proporcionar a socialização e também a elevação da auto-estima.

"O objetivo é trazer o convívio escolar, que faz muita falta às crianças, já afastadas do convívio social por causa da doença", disse Márcio Camargo, diretor de Ensino do hospital. Desde que foi fundada, há 20 anos, numa iniciativa de Carmem Prudente, a escola já atendeu 8,5 mil crianças. "Trabalhamos com uma média de 500 por ano", explicou Camargo. A Schwester Heine foi a primeira escola criada dentro de um hospital no País.

Momentos – Para as crianças, frequentar a colorida sala de aula é uma alegria dentro de um momento complicado, doloroso e difícil. "Fica mais fácil superar a doença. O meu filho fica mais contente", disse Delfina Norberta Magalhães, mãe de David. Sempre calado, o menino não desgruda os olhos da tela do computador onde brinca com jogos educativos. Ele fica internado de tempos em tempos para as sessões de quimioterapia.

Risonho, falante e "fazedor" de caretas, Arthur, de pouco mais de dois anos, nem reclama mais de ter de ir com frequência ao hospital. "Ele diz que vai para a escola", conta Eva, a avó. A mãe do menino, Carla, disse que ele quer ficar na sala de aula o tempo todo. "Ele nem quer tirar a agulha usada para a quimioterapia porque não quer voltar para casa", afirmou.

Luiz Durval Silva Queiroz, pai de Maria Alice, de 8 anos, é de Aracajú e está há quase um ano em São Paulo para acompanhar o tratamento da filha. "A escola dela, a Babylândia, manda o material via correio para que possa continuar aprendendo", disse. Para Luiz, a atividade é muito importante. "Além de não perder o ano, ela se distrai e se preocupa menos".

Ao contrário de Arthur, que fica triste ao ir embora, Elly, de 10 anos, não reclamou de voltar para casa. Já "de alta", ele terminava de preparar alguns enfeites de Natal que serão usados por seus colegas de hospital na festa comunitária. Elly é evangélico e não comemora a data. O garoto gosta da escola e se destaca pelos bonecos que faz. "Eu aprendo muito", disse.

"Já descobrimos muitos talentos aqui", afirmou a professora Eliane Latterza, há oito anos na Schwester Heine. Segundo ela, a escola ajuda, inclusive, a tratar a família, que acaba adoecendo junto com a criança. "O mais importante é manter a aderência ao tratamento. Ajudamos a criar na criança a perspectiva de ter uma vida melhor no futuro, de sonhar com o que vai ser quando crescer", explicou. A escola tem muitos ex-pacientes curados, adultos e graduados.

Formação – Com 20 nos de atuação, a escola Schwester Heine funciona atualmente em três ambientes no hospital – internação, brinquedoteca e no laboratório Lavoisier –, se tornou referência e passou a orientar a realização de projetos semelhantes em outras instituições de saúde dentro e fora do Estado de São Paulo. Agora passará também a investir na formação de profissionais.

Na semana passada realizou o curso Formação de Professores -Atendimento Pedagógico Hospitalar , com oito horas de aulas teóricas e quatro horas de visita monitorada. Para o próximo ano, o A. C. Camargo tem como objetivo a instalação de um curso de pós-graduação com o mesmo tema. "Queremos desenvolver especialistas em pedagogia hospitalar", finalizou Márcio Camargo.

Sandra Manfredini

Curso de Extensão Universitária em Pedagogia Hospitalar

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Curso de Pedagogia Hospitalar.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PEDAGOGIA HOSPITALAR: um breve histórico

Muito se tem falado sobre Qualidade de Vida, de como aplicá-la aos
seus dias de forma a viver sua saúde física e mental em equilíbrio, de estar debem consigo, com as pessoas, em harmonia com a vida.
A Pedagogia Hospitalar vem se expandindo no atendimento à criança
hospitalizada, e em muitos hospitais do Brasil tem se enfatizado a visão
humanística.
Como pratica deste trabalho Humanista, o nosso trabalho deverá ser o
de ter os olhos voltados para o ser global, e não somente para o corpo e as
necessidades físicas, emocionais, afetivas, e sociais do individuo.
Como referencial teórico, utilizo as experiências e pesquisas realizadas
nos hospitais do Brasil onde a Classe Escolar Hospitalar foi implantada no
auxílio de tratamentos às crianças e adolescentes.
Meu objetivo é, conscientizar, discutir e ampliar as idéias dos
profissionais da educação e da saúde, quanto a proporcionar uma melhorqualidade de vida, para todas as pessoas que requerem um cuidado e um olharespecial para um atendimento individualizado, seja no atendimento domiciliárioou hospitalar.
Procurando favorecer toda estratégia que ajude o desenvolvimento
desta modalidade educacional e que sensibilize os agentes da educação e dasaúde sobre a importância do atendimento educacional à criança hospitalizada,faz-se necessário construir um espaço para profissionais dedicados à atenção às crianças e jovens que devem permanecer hospitalizados, com o objetivo de sensibilizar para a questão, trocar experiências e refletir sobre pedagogia hospitalar, oferecendo ferramentas para o desenvolvimento desta modalidadeeducacional e explorando sua relação com o sistema educacional formal.
Tendo em vista o embasamento legal, contido na legislação vigentes
que amparam e legitimam o direito à educação, os hospitais devem dispor àscrianças e adolescentes um atendimento educacional de qualidade e igualdadede condições de desenvolvimento intelectual e pedagógico.
A inserção do ambiente escolar no período de internação é importante
para a recuperação da saúde da criança, já que reduz a ansiedade e o medoadvindos do processo da doença.
Sua história...A Classe Hospitalar tem seu início em 1935, quando Henri Sellierinaugura a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de Paris.
Seu exemplo foi seguido na Alemanha, em toda a França, na Europa e nosEstados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de criançastuberculosas.
Pode-se considerar como marco decisório das escolas em hospital a
Segunda Guerra Mundial. O grande número de crianças e adolescentes
atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola, fez criar um engajamento,sobretudo dos médicos, que hoje são defensores da escola em seu serviço.
Em 1939 é Criado o C.N.E.F.E.I. – Centro Nacional de Estudos e de
Formação para a Infância Inadaptadas de Suresnes, tendo como objetivo
formação de professores para o trabalho em institutos especiais e em hospitais;Também em 1939 é criado o Cargo de Professor Hospitalar junto aoMinistério da Educação na França. O C.N.E.F.E.I. tem como missão até hojemostrar que a escola não é um espaço fechado. O centro promove estágios emregime de internato dirigido a professores e diretores de escolas; os médicosde saúde escolar e a assistentes sociais.
A Formação de Professores para atendimento escolar hospitalar no
CNEFEI tem duração de dois anos. Desde 1939, o C.N.E.F.E.I. já formou 1.000 professores para as classes hospitalares, cerca de 30 professores a cada turma.
LegislaçãoNo Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e doAdolescente Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, noitem 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante suapermanência hospitalar”.
Em 2002 o Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de
Educação Especial, elaborou um documento de estratégias e orientações parao atendimento nas classes hospitalares, assegurando o acesso à educaçãobásica. Em Santa Catarina, a SED baixou Portaria que “Dispõe sobre aimplantação de atendimento educacional na Classe Hospitalar para crianças e adolescentes matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, internados em hospitais” (Portaria nº. 30, SER, de 05/ 03/2001). Todo o aluno que freqüenta a classe possui um cadastro com os dados pessoais, de hospitalização e da escola de origem. Ao final de cada aula o professor faz os registros nesta ficha com os conteúdos que foram trabalhados e outras informações que se fizerem necessários. O aluno que freqüenta a classe por três dias ou mais é realizado contato telefônico com sua escola, comunicando da sua participação na classe e obtendo-se informações referentes aos conteúdos que estão sendo trabalhados, no momento, em sua turma. Após alta hospitalar, é enviado relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu desempenho, posturas adotadas, dificuldades apresentadas. Para que este seja legitimado, é necessário o carimbo e assinatura do diretor (escola da Rede Regular Estadual) a fim de encaminhá-lo à escola de origem. A proposta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC, 1996) é a de que toda criança disponha de todas as oportunidades possíveis para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não sejam suspensos. A existência de atendimento pedagógico-educacional em hospitais em nada impede que novos conhecimentos e informações possam ser adquiridos pela criança ou jovem e venha contribuir tanto para o desenvolvimento escolar. Após alta hospitalar, é enviado relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu desempenho, posturas adotadas, dificuldades apresentadas. Para que este seja legitimado, é necessário o carimbo e assinatura do diretor (escola da Rede Regular Estadual) a fim de encaminhá-lo à escola de origem. Objetivos da Pedagogia Hospitalar A Pedagogia Hospitalar vem se expandindo no atendimento à criança hospitalizada, e em muitos hospitais do Brasil tem se enfatizado a filosofia humanística. Um dos objetivos da classe hospitalar, na área sócio-política, e o de defender o direito de toda criança e adolescente a cidadania, e o respeito às pessoas com necessidades educacionais especiais e no direito de cada um ter oportunidades iguais. Como pratica deste trabalho Humanista, o nosso trabalho deverá ser o de ter os olhos voltados para o ser global, e não somente para o corpo e as necessidades físicas, emocionais, afetivas e sociais do individuo. Como um de seus objetivos a Classe Hospitalar possibilita a compensação de faltas e devolver um pouco de normalidade à maneira de viver da criança. O que é a Classe hospitalar? A implantação da Classe hospitalar nos hospitais pretende integrar a criança doente no seu novo modo de vida tão rápido quanto possível dentro de um ambiente acolhedor e humanizado, mantendo contato com seu mundo exterior, privilegiando suas relações sociais e familiares. A classe hospitalar constitui uma necessidade para o hospital, para as crianças, para a família, para a equipe de profissionais ligados a educação e a saúde. Sua criação é uma questão social e deve ser vista com seriedade, responsabilidade e principalmente promover uma melhor Qualidade de Vida. A classe hospitalar se dirige às crianças, mas deve se estender às famílias, sobretudo àquelas que não acham pertinente falar sobre doenças com seus filhos, buscando recuperar a socialização da criança por um processo de inclusão, dando continuidade a sua aprendizagem. Esta inclusão social será o resultado do processo educativo e re-educativo. Embora a escola seja um fator externo à patologia, a criança irá mantém um vínculo com seu mundo exterior através das atividades da classe hospitalar. Se a escola deve ser promotora da saúde, o hospital pode ser mantenedor da escolarização. A Secretaria de Educação Especial define como classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, com tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospitalsemana ou em serviços de atenção integral à saúde mental. A classe hospitalar foi criada para assegurar as crianças e aos adolescentes hospitalizados, a continuidade dos conteúdos regulares, possibilitando um retorno após a alta sem prejuízos a sua formação escolar. Na infância, assim como na adolescência a hospitalização alterar desenvolvimento emocional, pois restringe as relações de convivência da criança, pois a afasta da sua família, de casa, dos amigos e da escola. A preocupação com a saúde física da criança deixa os pais desnorteados e muitos deixam de dar o devido valor aos estudos durante o tratamento, as criança neste período de internação ficam desestimuladas, sem estimulo para continuar a desenvolver suas habilidades e competências. O Pedagogo Hospitalar Chamo a atenção para o atendimento realizado por um profissional capacitado, em desenvolver e aplicar conceitos educacionais, e estimular as crianças na aquisição de novas competências e habilidades, e ressaltar a importância de se ter um local com recursos próprios dentro do hospital que seja apropriado para desenvolvermos este trabalho onde à criança interaja e construa novos conceitos. Ele será o tutor global da criança para que ela possa ser tratada de seu problema de doença, sem esquecer as necessidades pessoais. A intervenção faz com que a criança mantenha rastros que a ajudem a recuperar seu caminho e garantir o reconhecimento de sua identidade. O contato com sua escolarização fazem do hospital uma agência educacional para a criança hospitalizada desenvolver atividades que a ajudem a construir um percurso cognitivo, emocional e social para manter uma ligação com a vida familiar e a realidade no hospital. Lembramos que o atendimento a essas crianças é um direito de todos os educandos, garantidos por Lei, pelo tempo que estiverem afastados ou impedidos de freqüentar uma escola, seja por dificuldades físicas ou mentais. A formação do professor hospitalarPara atuar em Classes Hospitalares, o professor deverá estar habilitado para trabalhar com diversidade humana e diferentes experiências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de freqüentar a escola, decidindo e inserindo modificações e adaptações curriculares em um processo flexibilizador de ensino/aprendizagem. O professor deverá ter a formação pedagógica, preferencialmente em Educação Especial ou em curso de Pedagogia e terá direito ao adicional de insalubridade. O trabalho do professor hospital é muito importante, pois atende as necessidades psicológicas e sociais e pedagógicas das crianças e jovens. Ele precisa ter sensibilidade, compreensão, força de vontade, criatividade persistência e muita paciência se quiserem atingir seus objetivos. Deverá elaborar projetos que integrem a aprendizagem, de maneira especificas para crianças hospitalizadas adaptando-as há padrões que fogem da educação formal, resgatando e integrando-as ao contexto educacional. O pedagogo Hospitalar no atendimento pedagógico deve ter seus olhos voltados para o todo, objetivando o aperfeiçoamento humano, construindo uma nova consciência onde a sensação, o sentimento, a integração e a razão cultural valorizem o indivíduo.


Quem escreveu este artigo foi:
Cláudia R. Esteves
Especialista em Psicopedagogia, Pedagogia Educacional e Hospitalar.

BIBLIOGRAFIA ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. Direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Diário Oficial, Brasília, 17 out. 1995. Seção 1, pp. 319-320. GHIRALDELLI, P. O que é Pedagogia. São Paulo. Brasiliense 1989. MARCELLINO, n. c. Pedagogia da animação. 4ed. Campinas, SP: Papirus, 2002. MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1990. NOVA ESCOLA. Edição Especial. Parâmetros Curriculares Nacionais fáceis de entender, 2001. O universo simbólico da criança: olhares sensíveis para a infância. Petrópolis: Vozes, 2005 Pediatria: prevenção e controle de infecção hospitalar/ Ministério da Saúde, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – Brasília: Ministério da Saúde. PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Foz do Iguaçu: Zahar, 1982. VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. A Psicopedagogia hospitalar para crianças e adolescentes (2001) VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. NOGUEIRA, Joana Flávia Fernandes. Da escola tradicional à classe hospitalar: quebra do paradigma de escolarização de um adolescente com câncer. Fortaleza: Anais da X Semana de Pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará. Novembro, 2001(b). FILME: PATCH ADAMS – O amor é contagioso. Tudo por Amor. Amigos para sempre. Golpe do Destino. Fale com Ela. SERIADOS DE TV: House ER SITES: www.praticahospitalar.com.br http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/livro9.pdf http://www.inep.gov.br/pesquisa/bbe-online/det.asp?cod=58708&type=P http://www.pedagobrasil.com.br/wforum/forum.asp?acao=msg&id=245 http://portales.educared.net/aulashospitalarias/por/sobreelproyecto_nuestrasaul as.jsp

Atendimento Hospitalar no Brasil

Atendimento Hospitalar no Brasil
Em nosso país, verificamos que são poucos os hospitais que oferecem esse diferencial de atendimento em suas pediatrias, podemos mencionar o Hospital Infantil Joana de Gusmão no Sul; Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, Hospital de Clínicas – UNESP de Botucatu, Hospital Amaral Carvalho em Jaú, Hospital Materno Infantil de Marília; Centro Infantil Boldrini em Campinas e o INCA no Rio de Janeiro, em São Paulo há 20 classes na Capital e 13 no Interior, as classes hospitalares funcionam nos seguintes hospitais: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – são quatro classes, vinculadas à Escola Estadual Arthur Guimarães; Hospital Darcy Vargas – oito classes vinculadas à Escola Estadual Adolfo Trípoli; Hospital do Servidor Público Estadual – duas classes ligadas à Escola Estadual César Martinez; Hospital de Clínicas de São Paulo – (com duas classes) e Hospital Emílio Ribas (com três classes), que mantêm vínculo com a Escola Estadual Vítor Oliva; Hospital AC Camargo – duas classes da Escola Estadual Presidente Roosevelt; Hospital Cândido Fontoura – uma classe pertencente à Escola Estadual Antônio Queiroz Telles; e o Instituto da Criança.

Constatamos que na rede privada de hospitais é oferecido às crianças atividades recreacionistas e ludo pedagógico em brinquedotecas como cumprimento de Lei; sendo desenvolvidas muitas vezes pelo setor voluntariado, que não possui formação e capacitação para a realização deste atendimento.

O atendimento pedagógico busca favorecer toda estratégia que ajude o desenvolvimento desta modalidade educacional e que sensibilize os agentes da educação e da saúde sobre a importância do atendimento educacional à criança hospitalizada.

Atividades Pedagógicas

Atividades de Artes: consiste no desenvolvimento e na vivência de um trabalho expressivo e criativo que envolve a utilização de técnicas e materiais artísticos por meio do contato com materiais como: pintura, desenhos, construção com sucatas e elaboração de adornos para festas comemorativas.

Leituras e Interpretação de Estórias: consistem na utilização de procedimentos que possibilitem o acesso à informação escrita, de maneira individual ou em grupos de jornais, contos, histórias, biografias, poesia, novela, e outros recursos, tomados não somente com o objetivo de distração em relação à doença, como também no estímulo ao gosto e ao hábito pela leitura.

Construção: Consiste em desenvolver o raciocínio da criança, a seqüência do pensamento

Exibição de Filmes: consiste em atividades que atendam não somente ao lazer, mas que de um modo geral venha estimular a verbalização e o pensamento criativo.

Jogos e Brincadeiras: consiste na utilização e manejo de diferentes jogos que proporcionem o lazer, a socialização, a informação e alguns aspectos do processo cognitivo, tais como: observar, analisar, registrar, memorizar e planejar e inferir

O que é Pedagogia Hospitalar?

O que é Pedagogia Hospitalar?
A Pedagogia Hospitalar há anos está lutando para saber concretamente sua verdadeira definição. Ela se apresenta como um novo caminho tomado no meio profissional da educação, com um bom desempenho na conquista de seus ideais. É um processo educativo não escolar que propõe desafios aos educadores e possibilita a construção de novos conhecimentos e atitudes.

A Pedagogia Hospitalar envolve o conhecimento médico e psicológico, representando uma tarefa complexa. A realização dessa tarefa necessita de um
ponto de referência não médico: o enfoque formativo, instrutivo e psicopedagógico. Nisso germina um novo campo onde aparece uma inter-relação de trabalho que
permite delinear as fronteiras de aproximação conceitual do conhecimento demandado.

A enfermidade do educando muitas vezes o obriga a se ausentar da escola por um período prolongado,trazendo prejuízos às atividades escolares. Por esse
motivo há necessidade de uma projeção emergente que, além de atender o estado biológico e psicológico da criança, atenda também suas necessidades pedagógicas.

A criança sofre grandes influências do ambiente onde ela se encontra. Quando se sente fraca e doente, sem poder brincar, longe da escola, dos amigos e, fica desanimada e triste, sem estímulo para se curar.

O pedagogo, ao desenvolver um trabalho educativo com a criança internada, também trabalha o lúdico de forma
que alivie possíveis irritabilidades, desmotivação e estresse do paciente.

A continuidade dos estudos no período de internamento, traz maior vigor às forças vitais do educando, existindo aí um estímulo motivacional, tendo várias ações preponderantes e desencadeantes para sua recuperação.

Dessa maneira nasce uma predisposição que facilita sua cura.A escola-hospital possui uma visão que se propõe a um trabalho não somente de oferecer continuidade de instrução, mas também o de orientar a criança sobre o internamento evitando um trauma.
Legislação

No Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no item 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”.

Tendo em vista o embasamento legal, contido na legislação vigente, Lei 10.685 de 30/11/2000., que amparam e legitimam o direito à educação, os hospitais devem
dispor às crianças e adolescentes um atendimento educacional de qualidade e igualdade de condições de desenvolvimento intelectual e pedagógico, por que os convênios médicos não podem aderir este atendimento.

A resolução 02 CNE/MEC/ Secretaria do estado da Educação – Departamento de Educação Especial, datada em 11 de setembro de 2001, determina expressamente a implantação de hospitalização Escolarizada com a afinidade de atendimento pedagógico aos alunos com necessidades
especiais transitórias.

Lembramos que o atendimento a essas crianças é um direito de todos os educandos, garantidos por Lei, pelo tempo que estiverem afastados ou impedidos de freqüentar uma escola, seja por dificuldades físicas ou mentais.

Resoluções: Classe Hospitalar
RESOLUÇÃO SE Nº. 95, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2000
Ementa: Dispõe sobre o atendimento de alunos com necessidades educacionais
especiais nas escolas da rede estadual de ensino e dá providências correlatas

Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados
Visando nortear a conduta dos profissionais de saúde no ambiente hospitalar a Sociedade Brasileira de Pediatria elaborou e apresentou o texto abaixo, na vigésima sétima Assembléia Ordinária do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA - com sede no Ministério da Justiça em Brasília, aprovado por unanimidade e transformado em resolução de número 41 em 17 de outubro de 1995.

1. Direito a proteção à vida e à saúde, com absoluta prioridade e sem qualquer forma de discriminação.

2. Direito a ser hospitalizado quando for necessário ao seu tratamento, sem distinção de classe social, condição econômica, raça ou crença religiosa.

3. Direito a não ser ou permanecer hospitalizado desnecessariamente por qualquer razão alheia ao melhor tratamento de sua enfermidade.

4. Direito a ser acompanhado por sua mãe, pai ou responsável, durante todo o período de sua hospitalização, bem como receber visitas.

cont...
Classes Hospitalares e o direito à educação
A concepção de classes escolares em hospitais é conseqüência da importância formal de que crianças hospitalizadas, independentemente do período de permanência no estabelecimento, têm necessidades educativas e direitos de cidadania, onde se abrange a escolarização. A Educação é direito de todos e dever do Estado e da família. O direito a educação se expressa como direito à aprendizagem e a escolarização.

O artigo 214 da Constituição Federal afirma que as ações do Poder Público devem conduzir à universalização do atendimento escolar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional assegura que o Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino (art. 5º § 5º), podendo organizar-se de diferentes formas para garantir o processo de aprendizagem (art 23).

A escola, é o lugar fundamental para o encontro do educando com o saber sistematizado. Porém para possibilitar o acompanhamento pedagógico e educacional e garantir a continuidade do procedimento escolar de crianças e jovens do ensino regular, garantindo a conservação da conexão com a escola de origem, através de um currículo flexibilizado e adaptado da ação docente, a Secretaria de Educação em convênio firmado com a Secretaria de Saúde criou um programa de acolhimento diferenciado às crianças e jovens, internados em Hospitais, que necessitam de acompanhamento educacional especial, para que os mesmos não percam a ligação com a escola, oferecendo atendimento sistemático e diferenciado, no âmbito da Educação Básica, individual ou coletivo em Classe Hospitalar ou no leito, conforme a necessidade do educando que se encontra incapaz de freqüentar a escola provisoriamente. Além de um ambiente próprio para a Classe Hospitalar, o acompanhamento poderá ser feito na enfermaria, no leito ou no quarto de isolamento, uma vez que as restrições conferidas ao educando por sua condição clínica ou de tratamento assim requeiram.

Para atuar em Classes Hospitalares, o professor deverá estar habilitado para trabalhar com diversidade humana e diferentes experiências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de freqüentar a escola, decidindo e inserindo modificações e adaptações curriculares em um processo flexibilizador de ensino/aprendizagem . O professor deverá ter a formação pedagógica, preferencialmente em Educação Especial ou em curso de Pedagogia e terá direito ao adicional de insalubridade. A legislação brasileira reconhece o direito de crianças e adolescentes hospitalizados ao acompanhamento pedagógico-educacional. (Política Nacional de Educação Especial (MEC/SEESP, 1994 e 1995). Essa propõe que a educação em hospital seja realizada através da organização de classes hospitalares, devendo-se assegurar oferta educacional não só aos pequenos pacientes com transtornos do desenvolvimento, mas, também, às crianças e adolescentes em situações de risco, como é o caso da internação hospitalar (Fonseca,1999). ).

A prática pedagógica nesse lócus de atendimento exige dos profissionais da educação maior flexibilidade, em relação ao número de crianças que irão ser atendidas , assim como ao período que cada uma delas permanecerá internada, bem como às diferentes patologias. Para este atendimento não existe uma receita pronta, constituindo-se em um desafio a ser alcançado. As professoras devem buscar parceria com os familiares, que exercem proeminente papel, como figura de apoio e cooperação no sucesso da qualidade do ensino/aprendizagem e na qualidade de vida.

Referencias:Direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Diário Oficial, Brasília, 17 out. 1995. Seção 1, pp. 319-320. Autora: Amelia Hamze Educadora Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos
Pedagogia - Brasil Escola

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Curso de Especialização em Saúde da Mulher - USP

A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP está com inscrições abertas até o dia 12 de fevereiro para o curso Especialização em Saúde da Mulher no Climatério, que terá início em março e duração de um ano.
As aulas pretendem responder a questões como quais são os riscos e benefícios da reposição hormonal, qual a importância de exercício físico e alimentação adequada no período do climatério, como está a preparação dos profissionais de saúde para o atendimento a mulheres homossexuais que passam por essa fase, entre outras. O curso é voltado a profissionais de nível superior com atuação e interesse na área de saúde da mulher no climatério, que atuem em serviços públicos, privados, ONGs e instituições governamentais.

“A idéia é que o conhecimento seja aplicado não apenas no nível individual, mas sim que colabore para reduzir custos em termos de saúde pública”, explica o professor José Mendes Aldrighi, coordenador da disciplina saúde da mulher no climatério do Departamento de Saúde Materno-Infantil da FSP.

Compreendendo
Mas, afinal, o que é climatério? Diferente do que muitos pensam, climatério e menopausa são coisas diferentes. Climatério é um período da vida da mulher - assim como a infância e a adolescência - que começa em torno dos 40 anos, quando termina a vida adulta, e se encerra aos 65 anos, quando então começa o período de envelhecimento. Já a famosa menopausa é, na verdade, a última menstruação na vida da mulher, que ocorre por volta dos 48 anos de idade. A ocorrência da menopausa (última menstruação) divide o período do climatério entre pré-menopausal e pós-menopausal.

O que o climatério tem de diferente dos demais períodos da vida da mulher é que os ovários, que começam sua produção hormonal com a primeira menstruação, passam a produzir cada vez menos hormônios e óvulos (folículos ovarianos). Se no início da adolescência, por volta dos 12 anos, a mulher produz 400 mil folículos, esse número passa a 25 mil por volta dos 40 anos.

O resultado da baixa produção de hormônios é que a mulher passa a ter maior dificuldade para engravidar. Além disso, ocorrem uma série de outras mudanças no organismo: o ciclo menstrual começa a se tornar irregular e vai diminuindo; a mulher sente ondas de calor, os chamados fogachos; a vagina fica mais seca; a baixa de hormônios na vagina propicia alterações do ponto de vista do exercício da sexualidade; a baixa de estrogênio causa distúrbios de humor e pode deixar a mulher mais sensível; a mulher pode ter insônia por causa dos fogachos e de depressão; há alterações de pele, já que a baixa do estrogênio vai reduz o colágeno; e há acúmulo de gordura abdominal, o que propicia uma série de doenças, como diabetes.

Se tudo isso já ocorre no climatério pré-menopausal, apenas se acentua no pós-menopausal. Além disso, após a menopausa, também aumenta o risco de três doenças decorrentes da baixa de estrogênio: infarto do miocárdio, osteoporose e demência (Alzheimer). A má notícia para as fumantes é que o cigarro causa uma alteração ovariana que gera uma menopausa antecipada, em geral dois anos antes. Com isso, os problemas do pós-menopausal chegam mais cedo.

Serviço
O curso Especialização em Saúde da Mulher no Climatério é organizado sob o formato de palestras com profissionais da área da saúde. Após apresentação teórica, haverá espaço para discussão com a platéia. As aulas acontecerão às terças-feiras, das 7h30 às 12 horas. O curso tem duração de um ano, com início em 2 de março. Ao final, é preciso apresentar uma monografia.

As inscrições vão até o dia 12 de fevereiro e podem ser feitas das 11 às 20 horas no Serviço de Alunos da FSP (Av. Dr. Arnaldo, 715, Cerqueira César, próximo ao metrô Clínicas, São Paulo). A taxa de inscrição é de R$ 120. São 90 vagas e a seleção será feita por meio de apresentação de currículo, seguida de entrevista nos dias 22 e 23 de fevereiro. Para se inscrever, é preciso apresentar: ficha de inscrição preenchida, cópia do RG, cópia do CPF, cópia do certificado de graduação, currículo e duas fotos 3x4.