quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PEDAGOGIA HOSPITALAR: um breve histórico

Muito se tem falado sobre Qualidade de Vida, de como aplicá-la aos
seus dias de forma a viver sua saúde física e mental em equilíbrio, de estar debem consigo, com as pessoas, em harmonia com a vida.
A Pedagogia Hospitalar vem se expandindo no atendimento à criança
hospitalizada, e em muitos hospitais do Brasil tem se enfatizado a visão
humanística.
Como pratica deste trabalho Humanista, o nosso trabalho deverá ser o
de ter os olhos voltados para o ser global, e não somente para o corpo e as
necessidades físicas, emocionais, afetivas, e sociais do individuo.
Como referencial teórico, utilizo as experiências e pesquisas realizadas
nos hospitais do Brasil onde a Classe Escolar Hospitalar foi implantada no
auxílio de tratamentos às crianças e adolescentes.
Meu objetivo é, conscientizar, discutir e ampliar as idéias dos
profissionais da educação e da saúde, quanto a proporcionar uma melhorqualidade de vida, para todas as pessoas que requerem um cuidado e um olharespecial para um atendimento individualizado, seja no atendimento domiciliárioou hospitalar.
Procurando favorecer toda estratégia que ajude o desenvolvimento
desta modalidade educacional e que sensibilize os agentes da educação e dasaúde sobre a importância do atendimento educacional à criança hospitalizada,faz-se necessário construir um espaço para profissionais dedicados à atenção às crianças e jovens que devem permanecer hospitalizados, com o objetivo de sensibilizar para a questão, trocar experiências e refletir sobre pedagogia hospitalar, oferecendo ferramentas para o desenvolvimento desta modalidadeeducacional e explorando sua relação com o sistema educacional formal.
Tendo em vista o embasamento legal, contido na legislação vigentes
que amparam e legitimam o direito à educação, os hospitais devem dispor àscrianças e adolescentes um atendimento educacional de qualidade e igualdadede condições de desenvolvimento intelectual e pedagógico.
A inserção do ambiente escolar no período de internação é importante
para a recuperação da saúde da criança, já que reduz a ansiedade e o medoadvindos do processo da doença.
Sua história...A Classe Hospitalar tem seu início em 1935, quando Henri Sellierinaugura a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de Paris.
Seu exemplo foi seguido na Alemanha, em toda a França, na Europa e nosEstados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de criançastuberculosas.
Pode-se considerar como marco decisório das escolas em hospital a
Segunda Guerra Mundial. O grande número de crianças e adolescentes
atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola, fez criar um engajamento,sobretudo dos médicos, que hoje são defensores da escola em seu serviço.
Em 1939 é Criado o C.N.E.F.E.I. – Centro Nacional de Estudos e de
Formação para a Infância Inadaptadas de Suresnes, tendo como objetivo
formação de professores para o trabalho em institutos especiais e em hospitais;Também em 1939 é criado o Cargo de Professor Hospitalar junto aoMinistério da Educação na França. O C.N.E.F.E.I. tem como missão até hojemostrar que a escola não é um espaço fechado. O centro promove estágios emregime de internato dirigido a professores e diretores de escolas; os médicosde saúde escolar e a assistentes sociais.
A Formação de Professores para atendimento escolar hospitalar no
CNEFEI tem duração de dois anos. Desde 1939, o C.N.E.F.E.I. já formou 1.000 professores para as classes hospitalares, cerca de 30 professores a cada turma.
LegislaçãoNo Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e doAdolescente Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, noitem 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante suapermanência hospitalar”.
Em 2002 o Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de
Educação Especial, elaborou um documento de estratégias e orientações parao atendimento nas classes hospitalares, assegurando o acesso à educaçãobásica. Em Santa Catarina, a SED baixou Portaria que “Dispõe sobre aimplantação de atendimento educacional na Classe Hospitalar para crianças e adolescentes matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, internados em hospitais” (Portaria nº. 30, SER, de 05/ 03/2001). Todo o aluno que freqüenta a classe possui um cadastro com os dados pessoais, de hospitalização e da escola de origem. Ao final de cada aula o professor faz os registros nesta ficha com os conteúdos que foram trabalhados e outras informações que se fizerem necessários. O aluno que freqüenta a classe por três dias ou mais é realizado contato telefônico com sua escola, comunicando da sua participação na classe e obtendo-se informações referentes aos conteúdos que estão sendo trabalhados, no momento, em sua turma. Após alta hospitalar, é enviado relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu desempenho, posturas adotadas, dificuldades apresentadas. Para que este seja legitimado, é necessário o carimbo e assinatura do diretor (escola da Rede Regular Estadual) a fim de encaminhá-lo à escola de origem. A proposta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC, 1996) é a de que toda criança disponha de todas as oportunidades possíveis para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não sejam suspensos. A existência de atendimento pedagógico-educacional em hospitais em nada impede que novos conhecimentos e informações possam ser adquiridos pela criança ou jovem e venha contribuir tanto para o desenvolvimento escolar. Após alta hospitalar, é enviado relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu desempenho, posturas adotadas, dificuldades apresentadas. Para que este seja legitimado, é necessário o carimbo e assinatura do diretor (escola da Rede Regular Estadual) a fim de encaminhá-lo à escola de origem. Objetivos da Pedagogia Hospitalar A Pedagogia Hospitalar vem se expandindo no atendimento à criança hospitalizada, e em muitos hospitais do Brasil tem se enfatizado a filosofia humanística. Um dos objetivos da classe hospitalar, na área sócio-política, e o de defender o direito de toda criança e adolescente a cidadania, e o respeito às pessoas com necessidades educacionais especiais e no direito de cada um ter oportunidades iguais. Como pratica deste trabalho Humanista, o nosso trabalho deverá ser o de ter os olhos voltados para o ser global, e não somente para o corpo e as necessidades físicas, emocionais, afetivas e sociais do individuo. Como um de seus objetivos a Classe Hospitalar possibilita a compensação de faltas e devolver um pouco de normalidade à maneira de viver da criança. O que é a Classe hospitalar? A implantação da Classe hospitalar nos hospitais pretende integrar a criança doente no seu novo modo de vida tão rápido quanto possível dentro de um ambiente acolhedor e humanizado, mantendo contato com seu mundo exterior, privilegiando suas relações sociais e familiares. A classe hospitalar constitui uma necessidade para o hospital, para as crianças, para a família, para a equipe de profissionais ligados a educação e a saúde. Sua criação é uma questão social e deve ser vista com seriedade, responsabilidade e principalmente promover uma melhor Qualidade de Vida. A classe hospitalar se dirige às crianças, mas deve se estender às famílias, sobretudo àquelas que não acham pertinente falar sobre doenças com seus filhos, buscando recuperar a socialização da criança por um processo de inclusão, dando continuidade a sua aprendizagem. Esta inclusão social será o resultado do processo educativo e re-educativo. Embora a escola seja um fator externo à patologia, a criança irá mantém um vínculo com seu mundo exterior através das atividades da classe hospitalar. Se a escola deve ser promotora da saúde, o hospital pode ser mantenedor da escolarização. A Secretaria de Educação Especial define como classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, com tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospitalsemana ou em serviços de atenção integral à saúde mental. A classe hospitalar foi criada para assegurar as crianças e aos adolescentes hospitalizados, a continuidade dos conteúdos regulares, possibilitando um retorno após a alta sem prejuízos a sua formação escolar. Na infância, assim como na adolescência a hospitalização alterar desenvolvimento emocional, pois restringe as relações de convivência da criança, pois a afasta da sua família, de casa, dos amigos e da escola. A preocupação com a saúde física da criança deixa os pais desnorteados e muitos deixam de dar o devido valor aos estudos durante o tratamento, as criança neste período de internação ficam desestimuladas, sem estimulo para continuar a desenvolver suas habilidades e competências. O Pedagogo Hospitalar Chamo a atenção para o atendimento realizado por um profissional capacitado, em desenvolver e aplicar conceitos educacionais, e estimular as crianças na aquisição de novas competências e habilidades, e ressaltar a importância de se ter um local com recursos próprios dentro do hospital que seja apropriado para desenvolvermos este trabalho onde à criança interaja e construa novos conceitos. Ele será o tutor global da criança para que ela possa ser tratada de seu problema de doença, sem esquecer as necessidades pessoais. A intervenção faz com que a criança mantenha rastros que a ajudem a recuperar seu caminho e garantir o reconhecimento de sua identidade. O contato com sua escolarização fazem do hospital uma agência educacional para a criança hospitalizada desenvolver atividades que a ajudem a construir um percurso cognitivo, emocional e social para manter uma ligação com a vida familiar e a realidade no hospital. Lembramos que o atendimento a essas crianças é um direito de todos os educandos, garantidos por Lei, pelo tempo que estiverem afastados ou impedidos de freqüentar uma escola, seja por dificuldades físicas ou mentais. A formação do professor hospitalarPara atuar em Classes Hospitalares, o professor deverá estar habilitado para trabalhar com diversidade humana e diferentes experiências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de freqüentar a escola, decidindo e inserindo modificações e adaptações curriculares em um processo flexibilizador de ensino/aprendizagem. O professor deverá ter a formação pedagógica, preferencialmente em Educação Especial ou em curso de Pedagogia e terá direito ao adicional de insalubridade. O trabalho do professor hospital é muito importante, pois atende as necessidades psicológicas e sociais e pedagógicas das crianças e jovens. Ele precisa ter sensibilidade, compreensão, força de vontade, criatividade persistência e muita paciência se quiserem atingir seus objetivos. Deverá elaborar projetos que integrem a aprendizagem, de maneira especificas para crianças hospitalizadas adaptando-as há padrões que fogem da educação formal, resgatando e integrando-as ao contexto educacional. O pedagogo Hospitalar no atendimento pedagógico deve ter seus olhos voltados para o todo, objetivando o aperfeiçoamento humano, construindo uma nova consciência onde a sensação, o sentimento, a integração e a razão cultural valorizem o indivíduo.


Quem escreveu este artigo foi:
Cláudia R. Esteves
Especialista em Psicopedagogia, Pedagogia Educacional e Hospitalar.

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3 comentários:

  1. Muito proveitosas suas publicações, trabalho na área e sou uma apaixonada pelo tema.
    Abraços.

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  2. muito proveito viu seu artigo sou apaixonda pelo tema parabens

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  3. Eu faço pedagogia vou me formar este ano estou em dúvida entre pedagogia empresarial,depois que li um pouco sobre pedagogia hospitalar fiquei muito interessada em saber mais,nunca ouvir falar de nenhum hospital em Belo Horizonte que faz este trabalho existe, muito obrigado deste de já.

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