A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP está com inscrições abertas até o dia 12 de fevereiro para o curso Especialização em Saúde da Mulher no Climatério, que terá início em março e duração de um ano.
As aulas pretendem responder a questões como quais são os riscos e benefícios da reposição hormonal, qual a importância de exercício físico e alimentação adequada no período do climatério, como está a preparação dos profissionais de saúde para o atendimento a mulheres homossexuais que passam por essa fase, entre outras. O curso é voltado a profissionais de nível superior com atuação e interesse na área de saúde da mulher no climatério, que atuem em serviços públicos, privados, ONGs e instituições governamentais.
“A idéia é que o conhecimento seja aplicado não apenas no nível individual, mas sim que colabore para reduzir custos em termos de saúde pública”, explica o professor José Mendes Aldrighi, coordenador da disciplina saúde da mulher no climatério do Departamento de Saúde Materno-Infantil da FSP.
Compreendendo
Mas, afinal, o que é climatério? Diferente do que muitos pensam, climatério e menopausa são coisas diferentes. Climatério é um período da vida da mulher - assim como a infância e a adolescência - que começa em torno dos 40 anos, quando termina a vida adulta, e se encerra aos 65 anos, quando então começa o período de envelhecimento. Já a famosa menopausa é, na verdade, a última menstruação na vida da mulher, que ocorre por volta dos 48 anos de idade. A ocorrência da menopausa (última menstruação) divide o período do climatério entre pré-menopausal e pós-menopausal.
O que o climatério tem de diferente dos demais períodos da vida da mulher é que os ovários, que começam sua produção hormonal com a primeira menstruação, passam a produzir cada vez menos hormônios e óvulos (folículos ovarianos). Se no início da adolescência, por volta dos 12 anos, a mulher produz 400 mil folículos, esse número passa a 25 mil por volta dos 40 anos.
O resultado da baixa produção de hormônios é que a mulher passa a ter maior dificuldade para engravidar. Além disso, ocorrem uma série de outras mudanças no organismo: o ciclo menstrual começa a se tornar irregular e vai diminuindo; a mulher sente ondas de calor, os chamados fogachos; a vagina fica mais seca; a baixa de hormônios na vagina propicia alterações do ponto de vista do exercício da sexualidade; a baixa de estrogênio causa distúrbios de humor e pode deixar a mulher mais sensível; a mulher pode ter insônia por causa dos fogachos e de depressão; há alterações de pele, já que a baixa do estrogênio vai reduz o colágeno; e há acúmulo de gordura abdominal, o que propicia uma série de doenças, como diabetes.
Se tudo isso já ocorre no climatério pré-menopausal, apenas se acentua no pós-menopausal. Além disso, após a menopausa, também aumenta o risco de três doenças decorrentes da baixa de estrogênio: infarto do miocárdio, osteoporose e demência (Alzheimer). A má notícia para as fumantes é que o cigarro causa uma alteração ovariana que gera uma menopausa antecipada, em geral dois anos antes. Com isso, os problemas do pós-menopausal chegam mais cedo.
Serviço
O curso Especialização em Saúde da Mulher no Climatério é organizado sob o formato de palestras com profissionais da área da saúde. Após apresentação teórica, haverá espaço para discussão com a platéia. As aulas acontecerão às terças-feiras, das 7h30 às 12 horas. O curso tem duração de um ano, com início em 2 de março. Ao final, é preciso apresentar uma monografia.
As inscrições vão até o dia 12 de fevereiro e podem ser feitas das 11 às 20 horas no Serviço de Alunos da FSP (Av. Dr. Arnaldo, 715, Cerqueira César, próximo ao metrô Clínicas, São Paulo). A taxa de inscrição é de R$ 120. São 90 vagas e a seleção será feita por meio de apresentação de currículo, seguida de entrevista nos dias 22 e 23 de fevereiro. Para se inscrever, é preciso apresentar: ficha de inscrição preenchida, cópia do RG, cópia do CPF, cópia do certificado de graduação, currículo e duas fotos 3x4.
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