quinta-feira, 22 de abril de 2010

Origens da Pedagogia Hospitalar no Brasil

A Classe Hospitalar tem seu início em 1935, quando Henri Sellier
inaugura a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de Paris.
Seu exemplo foi seguido na Alemanha, em toda a França, na Europa e nos
Estados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças
tuberculosas.
Pode-se considerar como marco decisório das escolas em hospital a
Segunda Guerra Mundial. O grande número de crianças e adolescentes
atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola, fez criar um engajamento,
sobretudo dos médicos, que hoje são defensores da escola em seu serviço.
Em 1939 é Criado o C.N.E.F.E.I. – Centro Nacional de Estudos e de
Formação para a Infância Inadaptadas de Suresnes, tendo como objetivo
formação de professores para o trabalho em institutos especiais e em hospitais;
Também em 1939 é criado o Cargo de Professor Hospitalar junto ao
Ministério da Educação na França. O C.N.E.F.E.I. tem como missão até hoje
mostrar que a escola não é um espaço fechado. O centro promove estágios em
regime de internato dirigido a professores e diretores de escolas; os médicos
de saúde escolar e a assistentes sociais.
A Formação de Professores para atendimento escolar hospitalar no
CNEFEI tem duração de dois anos. Desde 1939, o C.N.E.F.E.I. já formou 1.000
professores para as classes hospitalares, cerca de 30 professores a cada
turma.
Legislação
No Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e do
Adolescente Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no
item 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de
educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua
permanência hospitalar”.
Em 2002 o Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de
Educação Especial, elaborou um documento de estratégias e orientações para
o atendimento nas classes hospitalares, assegurando o acesso à educação
básica. Em Santa Catarina, a SED baixou Portaria que “Dispõe sobre a
implantação de atendimento educacional na Classe Hospitalar para crianças e
adolescentes matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, internados
em hospitais” (Portaria nº. 30, SER, de 05/ 03/2001).
Todo o aluno que freqüenta a classe possui um cadastro com os dados
pessoais, de hospitalização e da escola de origem. Ao final de cada aula o
professor faz os registros nesta ficha com os conteúdos que foram trabalhados
e outras informações que se fizerem necessários.
O aluno que freqüenta a classe por três dias ou mais é realizado contato
telefônico com sua escola, comunicando da sua participação na classe e
obtendo-se informações referentes aos conteúdos que estão sendo
trabalhados, no momento, em sua turma. Após alta hospitalar, é enviado
relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu desempenho,
posturas adotadas, dificuldades apresentadas.
Para que este seja legitimado, é necessário o carimbo e assinatura do
diretor (escola da Rede Regular Estadual) a fim de encaminhá-lo à escola de
origem.
A proposta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC,
1996) é a de que toda criança disponha de todas as oportunidades possíveis
para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não sejam
suspensos.
A existência de atendimento pedagógico-educacional em hospitais em
nada impede que novos conhecimentos e informações possam ser adquiridos
pela criança ou jovem e venha contribuir tanto para o desenvolvimento escolar.
Após alta hospitalar, é enviado relatório descritivo das atividades
realizadas, bem como do seu desempenho, posturas adotadas, dificuldades
apresentadas. Para que este seja legitimado, é necessário o carimbo e
assinatura do diretor (escola da Rede Regular Estadual) a fim de encaminhá-lo
à escola de origem.

domingo, 18 de abril de 2010

SP: pesquisa aponta que professores sofrem de fadiga vocal

Na véspera do dia mundial da voz, dia 16/04,a Faculdade de Fonoaudiologia da PUC-Campinas divulgou pesquisas que apontam que cerca de 60 a 80% dos professores que trabalham nas escolas particulares e públicas sofrem de fadiga vocal. Os trabalhos foram realizados para diagnosticar como anda a saúde vocal dos professores da região.

Foram observadas dificuldades quanto a rouquidão e perda de voz. Cerca de 95% dos professores admitiram que têm frequentes alterações na voz, inclusive a perda da voz.

O estudo indica problemas relacionados a saúde vocal na categoria. O percentual de professores que mesmo tendo vários sintomas constatados não procuram a ajuda de especialistas é baixo. As pesquisas ainda comprovam entre os entrevistados outros sinais como falhas na voz, garganta seca, tensão no pescoço, coceira na garganta, entre outros.

A Clínica de Fonoaudiologia da PUC-Campinas oferece, de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h, terapia fonoaudiológica, exames de ouvido e exames audiométricos. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (19) 3729-6843 e 3729-6844.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Centro de referência em psiquiatria infantil, IPq inaugura brinquedoteca



Com jogos, brinquedos de montar, fantasias e espaço para exercícios, o Instituto de Psiquiatria (Ipq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) inaugurou, nesta quarta-feira (31), a sua brinquedoteca: espaço dedicado a atividades lúdicas para crianças em tratamento. Fruto de uma parceria com a distribuidora dos brinquedos Lego, a nova sala é um marco nas reformas do Instituto, que tem um dos poucos centros brasileiros de psiquiatria voltado para crianças e adolescentes.


Para o professor Wagner Gattaz, presidente do conselho diretor do IPq, o brinquedo, além de promover uma distração, também necessária durante o tratamento, é capaz de oferecer informações para um diagnóstico mais apurado. “Com um adulto, você pode conversar. Já a criança não sabe expressar verbalmente o que está sentido. Então, com o brincar, além de obtermos informações sobre o quadro clínico da criança, podemos descobrir como é a inserção dela em um grupo social - saber se é uma criança sociável ou uma criança autista”, exemplifica o doutor.

Segundo Marisol Sendin, médica que participou do projeto do espaço, muitos pais não têm o conhecimento sobre como lidarem com o desenvolvimento diferenciado de seus filhos que passam por tratamento. Isso justifica a inclusão dos pais no tratamento das crianças, fator que foi considerado durante a construção da brinquedoteca. “Os pais receberão orientação do psiquiatra sobre uma ferramenta que eles podem levar para casa, que é a possibilidade de brincarem com seus filhos. Não que eles tenham que levar algum brinquedo para casa, mas é a simples possibilidade de saber brincar”, observa Marisol.

Antonia (nome fictício), mãe de um garoto de 13 anos, que há quatro está em tratamento no HC, confirma as dificuldades em cuidar de seu filho. Ela conta que recebeu no hospital instruções sobre as necessidades de seu filho e sobre como o brincar com ele poderia ajudá-lo em seu tratamento. “Mas eu me perguntei: ‘Será que isso pode dar certo?’. Eu nunca imaginaria que, através de um jogo, o médico poderia identificar um monte de coisas”. Ela ainda relata que no começo das sessões de jogos com o filho, ele era muito irritadiço e só queria ganhar, mesmo que para isso tivesse que trapacear. Mas, após certo tempo, ele já apresentava outra postura diante do jogo e diante o relacionamento com as pessoas. “Então, percebi que o jogo não era só para lazer, era a terapia mesmo”.

Parceria público-privada
Para viabilizar a elaboração da Brinquedoteca, uma comissão ligada ao IPq buscou reunir fundos durante o segundo semestre de 2009. Logo, a empresa M. Cassab, distribuidora oficial da Lego no Brasil, mostrou interesse em montar a sala, que conta com o projeto arquitetônico do escritório Falzoni Alves Lima. O espaço, que já existia e era destinado para ser uma brinquedoteca, pôde, então, ser mobiliado. Robério Esteves, diretor de operações da M. Cassab, descreve que o espaço foi todo concebido em parceria com os especialistas do Instituto, que opinaram sobre a necessidade de brincadeiras que desenvolvessem o raciocínio, a criatividade e a atividade física e motora. “A proposta principal é de que a brinquedoteca tenha um objetivo lúdico-terapêutico. Então não é um espaço para uma simples diversão. É uma atividade terapêutica”, enfatiza.

Segundo o professor Wagner Gattaz, esse tipo de parceria é fundamental, pois no Brasil, ainda se tem a ideia de que o governo tem a obrigação de fazer tudo. “Então o significado dessa inauguração transcende a inauguração em si e reafirma que a iniciativa privada, mais uma vez está ajudando o Hospital das Clínicas e, em especial, a psiquiatria. O que a M. Cassab fez tem importância em dois sentidos. Um em senso estrito, proporcionando às nossas crianças a brinquedoteca. E em senso mais amplo, mostrando à sociedade que é possível fazer parcerias da iniciativa privada com um hospital do governo”, conclui o professor.


Robério Esteves e doutor Wagner Gattaz
A brinquedoteca servirá de apoio ao tratamento já existente do IPq. De acordo com orientações médicas, as crianças internadas no Instituto serão encaminhadas para sessões no local. Já as crianças que passarem por consulta no IPq também poderão participar de grupos de atividades na brinquedoteca, de acordo com horários pré-determinados pela faixa-etária do paciente.

Serviço
O IPq fica na Rua Dr. Ovídio Pires de Campos, 785, Cerqueira César, São Paulo, próximo ao metrô Clínicas. O Instituto recebe pacientes com guia de encaminhamento do SUS, com agendamento pelo telefone (11) 3069-6440, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 17h30, exceto feriados.

Seminário: Introdução ao Atendimento Pedagógico Hospitalar

Escola de Pediatria - Hospital A. C. Camargo

Data: 10 de abril de 2010.

Horário: Das 8h às 18h.

Local:
Hospital A.C.Camargo
Rua Tamandaré, 764 - Liberdade
Anfiteatro José Ermírio de Moraes



Programa preliminar:

- Panorama das classes hospitalares no Brasil;
- Políticas públicas e legislação;
- Construção do projeto pedagógico;
- Estrutura e organização;
- Brinquedoteca;
- Adoecimento e hospitalização;
- Morte e enfrentamento;
- Aspectos clínicos e organizacionais do adoecimento;
- Acompanhamento escolar.


Inscrições

Rede Municipal de São Paulo

Inscrições pessoalmente no Hospital A.C.Camargo
Rua Tamandaré, 764
Anfiteatro José Ermírio de Moraes

Data: 29 de março de 2010 – segunda-feira.
Horário: das 14h às 16h ou até o término das vagas.

Os professores deverão imprimir, preencher e trazer em mãos a ficha de inscrição (no site do hospital) e levar xerox do holerite. Será registrada somente uma inscrição por pessoa.

Valor: Isento


Rede privada e outros profissionais

Inscrições a partir de 15 de março de 2010.

Preencher a ficha de inscrição disponível no site, imprimir o boleto e efetuar o pagamento.

Valor: R$120,00.



Informações pelos telefones:
2189-5078/ 5098 - Centro de Ensino e Pesquisa
2189-5000 ramal 1540 - Escola da Pediatria

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pedagogia Hospitalar...

Procuro divulgar o trabalho da Pedagogia Hospitalar como um atendimento escolar-hospitalar, onde as crianças que estão afastadas temporariamente da escola poderão dar continuidade a seus estudos no hospital ou em casa, e retornar a escola sem a perda das atividades e estudos decorrente deste período.

Tenho como objetivo conscientizar, discutir e ampliar as idéias com os profissionais que trabalham na área hospitalar, na saúde e na educação, sobre a importância da pedagogia hospitalar, da nova função do profissional do Pedagogo, especialista em educação, habilitado para desenvolver um trabalho mediador e intercessor no auxilio de atividades ludo pedagógica às crianças e jovens em tratamento.


Procurando atender com eficiência e qualidade os serviços de atendimento educacional domiciliar para crianças e jovens que estão afastados da escola regular.


Modalidade de atendimento escolar em domicilio, auxiliando as crianças e jovens a darem continuidade às atividades educacionais, mesmo estando afastados da escola regular.

Trata-se de uma Pedagogia do presente, centrando-se no emergencial e transitório do educando hospitalizado e fazendo com que interajam enfermos, equipe hospitalar, família e escola. É uma nova realidade interdisciplinar, multidisciplinar e transdisciplinar, pois envolve saberes em prol da vida.

Atendimento Pedagógico Domiciliar
Atendimento Domiciliar:

É uma modalidade de atendimento escolar na qual uma série de procedimentos pedagógicos possa ser realizada dentro da casa do paciente que não necessite de hospitalização, mas que esteja afastado da escolar regular por alguma intervenção médica.

A quem se destina:
Crianças e jovens em fase escolar.
Este atendimento será dado a todo aluno que se encontre afastado da escola regular, por tratamento de doenças consideradas como doenças de infância, tais comoCaxumba, Sarampo, Catapora, Rubéola, Coqueluche, Poliomielite, Meningite entre outras, ou que sofreram algum tipo de acidente e estejam impossibilitadosde se locomover.

Como funciona:
O atendimento poderá ser realizado através de contato telefonico, para agendamento e visita.
Será um serviço de atendimento pedagógico domiciliar para crianças e adolescentes que por ventura venham a sofre qualquer tipo de interferência nos estudos ou na aprendizagem escolar e tenha que se afastar da escola regular por um período de sete dias no mínimo.

PROCEDIMENTOS

A família que necessitar do serviço de atendimento, entrará em contato conosco, e agendará uma visita para fornecer as informações sobre a criança e o laudo médico, e informações escolares.

Um Pedagogo Hospitalar será encaminhado a residênci onde fará os agendamento, atividades e relatórios informativos e realizará o contato telefônico e posteriormente a visita a escola, para comunicação dos procedimentos escolares e informações referentes aos conteúdos que estão sendo trabalhados e as atividades a serem desenvolvidas.

Após alta hospitalar, é enviado relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu desempenho, posturas adotadas, dificuldades apresentadas.

Ausência por motivo de Saúde
De acordo com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, as Leis que amparam a ausência por motivo de saúde são:

Decreto Lei nº. 1.044 (Federal), de 21/10/69 e o Parecer CNE nº. 06/98 , que estabelecem aos estudantes como compensação de ausência às aulas, exercícios domiciliares, com acompanhamento da escola, sempre que compatíveis com seu estado de saúde e as possibilidades do estabelecimento.

Lei 10.685/00 - Dispõe sobre acompanhamento educacional da criança e do adolescente internados para tratamento de saúde.Res. SE 61/02 - Dispõe sobre ações referentes ao Programa de inclusão escolar. Del. CEE 59/06.

O regime domiciliar deve ser requerido ao diretor da escola mediante a apresentação de atestado médico.

A legislação que ampara a Estudante Gestante é:
Lei Federal nº. 6.202, de 17/04/75 , atribui à estudante em estado de gestação o regime de exercícios domiciliares, instituído pelo Decreto-lei Federal nº. 1.044, de 21/10/69
A Lei permite que a aluna gestante a partir do 8º(oitavo) mês de gestação e, durante 3(três) meses, seja assistida pelo regime de exercícios domiciliares.

Para ter esse direito, a estudante deverá apresentar atestado médico à direção da escola e requerer o benefício.


O que é Pedagogia Hospitalar
A Pedagogia Hospitalar há anos está lutando para saber concretamente sua verdadeira definição. Ela se apresenta como um novo caminho tomado no meio profissional da educação, com um bom desempenho na conquista de seus ideais. É um processo educativo não escolar que propõe desafios aos educadores e possibilita a construção de novos conhecimentos e atitudes.

A Pedagogia Hospitalar envolve o conhecimento médico e psicológico, representando uma tarefa complexa. A realização dessa tarefa necessita de um
ponto de referência não médico: o enfoque formativo, instrutivo e psicopedagógico. Nisso germina um novo campo onde aparece uma inter-relação de trabalho que
permite delinear as fronteiras de aproximação conceitual do conhecimento demandado.

A enfermidade do educando muitas vezes o obriga a se ausentar da escola por um período prolongado,trazendo prejuízos às atividades escolares. Por esse
motivo há necessidade de uma projeção emergente que, além de atender o estado biológico e psicológico da criança, atenda também suas necessidades pedagógicas.

A criança sofre grandes influências do ambiente onde ela se encontra. Quando se sente fraca e doente, sem poder brincar, longe da escola, dos amigos e, fica desanimada e triste, sem estímulo para se curar.

O pedagogo, ao desenvolver um trabalho educativo com a criança internada, também trabalha o lúdico de forma
que alivie possíveis irritabilidades, desmotivação e estresse do paciente.

A continuidade dos estudos no período de internamento, traz maior vigor às forças vitais do educando, existindo aí um estímulo motivacional, tendo várias ações preponderantes e desencadeantes para sua recuperação.

Dessa maneira nasce uma predisposição que facilita sua cura.A escola-hospital possui uma visão que se propõe a um trabalho não somente de oferecer continuidade de instrução, mas também o de orientar a criança sobre o internamento evitando um trauma.
Legislação

No Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no item 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”.

Tendo em vista o embasamento legal, contido na legislação vigente, Lei 10.685 de 30/11/2000., que amparam e legitimam o direito à educação, os hospitais devem
dispor às crianças e adolescentes um atendimento educacional de qualidade e igualdade de condições de desenvolvimento intelectual e pedagógico, por que os convênios médicos não podem aderir este atendimento.

A resolução 02 CNE/MEC/ Secretaria do estado da Educação – Departamento de Educação Especial, datada em 11 de setembro de 2001, determina expressamente a implantação de hospitalização Escolarizada com a afinidade de atendimento pedagógico aos alunos com necessidades
especiais transitórias.

Lembramos que o atendimento a essas crianças é um direito de todos os educandos, garantidos por Lei, pelo tempo que estiverem afastados ou impedidos de freqüentar uma escola, seja por dificuldades físicas ou mentais.

Resoluções: Classe Hospitalar
RESOLUÇÃO SE Nº. 95, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2000
Ementa: Dispõe sobre o atendimento de alunos com necessidades educacionais
especiais nas escolas da rede estadual de ensino e dá providências correlatas

Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados
Visando nortear a conduta dos profissionais de saúde no ambiente hospitalar a Sociedade Brasileira de Pediatria elaborou e apresentou o texto abaixo, na vigésima sétima Assembléia Ordinária do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA - com sede no Ministério da Justiça em Brasília, aprovado por unanimidade e transformado em resolução de número 41 em 17 de outubro de 1995.

1. Direito a proteção à vida e à saúde, com absoluta prioridade e sem qualquer forma de discriminação.

2. Direito a ser hospitalizado quando for necessário ao seu tratamento, sem distinção de classe social, condição econômica, raça ou crença religiosa.

3. Direito a não ser ou permanecer hospitalizado desnecessariamente por qualquer razão alheia ao melhor tratamento de sua enfermidade.

4. Direito a ser acompanhado por sua mãe, pai ou responsável, durante todo o período de sua hospitalização, bem como receber visitas.

cont...
Classes Hospitalares e o direito à educação
A concepção de classes escolares em hospitais é conseqüência da importância formal de que crianças hospitalizadas, independentemente do período de permanência no estabelecimento, têm necessidades educativas e direitos de cidadania, onde se abrange a escolarização. A Educação é direito de todos e dever do Estado e da família. O direito a educação se expressa como direito à aprendizagem e a escolarização.

O artigo 214 da Constituição Federal afirma que as ações do Poder Público devem conduzir à universalização do atendimento escolar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional assegura que o Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino (art. 5º § 5º), podendo organizar-se de diferentes formas para garantir o processo de aprendizagem (art 23).

A escola, é o lugar fundamental para o encontro do educando com o saber sistematizado. Porém para possibilitar o acompanhamento pedagógico e educacional e garantir a continuidade do procedimento escolar de crianças e jovens do ensino regular, garantindo a conservação da conexão com a escola de origem, através de um currículo flexibilizado e adaptado da ação docente, a Secretaria de Educação em convênio firmado com a Secretaria de Saúde criou um programa de acolhimento diferenciado às crianças e jovens, internados em Hospitais, que necessitam de acompanhamento educacional especial, para que os mesmos não percam a ligação com a escola, oferecendo atendimento sistemático e diferenciado, no âmbito da Educação Básica, individual ou coletivo em Classe Hospitalar ou no leito, conforme a necessidade do educando que se encontra incapaz de freqüentar a escola provisoriamente. Além de um ambiente próprio para a Classe Hospitalar, o acompanhamento poderá ser feito na enfermaria, no leito ou no quarto de isolamento, uma vez que as restrições conferidas ao educando por sua condição clínica ou de tratamento assim requeiram.

Para atuar em Classes Hospitalares, o professor deverá estar habilitado para trabalhar com diversidade humana e diferentes experiências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de freqüentar a escola, decidindo e inserindo modificações e adaptações curriculares em um processo flexibilizador de ensino/aprendizagem . O professor deverá ter a formação pedagógica, preferencialmente em Educação Especial ou em curso de Pedagogia e terá direito ao adicional de insalubridade. A legislação brasileira reconhece o direito de crianças e adolescentes hospitalizados ao acompanhamento pedagógico-educacional. (Política Nacional de Educação Especial (MEC/SEESP, 1994 e 1995). Essa propõe que a educação em hospital seja realizada através da organização de classes hospitalares, devendo-se assegurar oferta educacional não só aos pequenos pacientes com transtornos do desenvolvimento, mas, também, às crianças e adolescentes em situações de risco, como é o caso da internação hospitalar (Fonseca,1999). ).

A prática pedagógica nesse lócus de atendimento exige dos profissionais da educação maior flexibilidade, em relação ao número de crianças que irão ser atendidas , assim como ao período que cada uma delas permanecerá internada, bem como às diferentes patologias. Para este atendimento não existe uma receita pronta, constituindo-se em um desafio a ser alcançado. As professoras devem buscar parceria com os familiares, que exercem proeminente papel, como figura de apoio e cooperação no sucesso da qualidade do ensino/aprendizagem e na qualidade de vida.

Referencias:Direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Diário Oficial, Brasília, 17 out. 1995. Seção 1, pp. 319-320. Autora: Amelia Hamze Educadora Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos

sexta-feira, 12 de março de 2010

CURSOS - SOCIEDADE PESTALOZZI

Ressaltamos que a inscrição será efetivada após recebimento de comprovante de depósito.

1) CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM PSIQUIATRIA DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA
“Intervenções e possibilidades na área clínica e educacional”

Objetivo: fornecer informações sobre os quadros clínicos que favoreçam a
ampliação de conhecimentos e de possibilidades de intervenção no âmbito
clínico e/ou educacional de pessoas com quadros de natureza psiquiátrica.

Público: Profissionais da área da Saúde e da Educação

Datas: 22/05 a 26/06/2010 (sábados)

Carga Horária: 20 horas

Horário: 08h00 às 12h00

Formato: 05 encontros

Conteúdo Programático: Introdução à Psiquiatria da Infância e da
Adolescência; Transtorno Global do Desenvolvimento: Autismo/ Síndrome de
Asperger; Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade/Transtorno
Opositor Desafiante/Transtorno de Conduta; Transtorno Afetivo-bipolar;
Transtorno de Ansiedade: Transtorno Obsessivo-compulsivo; Síndrome do
Pânico; Fobias.


Docentes: Profissionais da Pestalozzi de São Paulo

Vagas limitadas (mínimo de 30 pessoas)
Obs.: Haverá envio de certificado de participação no evento

Investimento:

Profissionais = 3x de R$ 125,00, sendo depósitos para 15/03; 15/04 e 14/05

Alunos de graduação*, pós-graduação* e professores** = 3x de R$ 116, 00,
sendo depósitos para 15/03; 15/04 e 14/05

Grupos de 05 pessoas = 3x de R$ 116,00, sendo depósitos para 15/03; 15/04 e
14/05

* alunos regularmente matriculados em 2010 com comprovante

** professores da rede pública e privada



Dados bancários
Banco do Brasil - 001, Agência 0584-3, c/c 9900-7, Sociedade Pestalozzi de
São Paulo.
Enviar comprovante do depósito e de escolaridade/função até o dia
17/05/2010, com nome e telefone para o Fax: (11) 2905.3045/ 2905.3048 – A/C
Depto. de Cursos

Local de Realização e Informações:
Sociedade Pestalozzi de São Paulo
Av. Morvan Dias de Figueiredo, 2801 – Vila Guilherme - São Paulo
Fone: (11) 2905 3045 / 2905 3047 / 2905 3048 - Ramal 240
E-mail: cursos@pestalozzisp.org.br

2) 1º ENCONTRO DE FORMAÇÃO – ATENDIMENTO À DIVERSIDADE “Oficina do saber”

Objetivo: discutir aspectos relacionados ao processo de aprendizagem e
associá-los com estratégias e materiais de apoio à prática pedagógica que
favoreçam o desenvolvimento das habilidades dos alunos nas áreas diversas
áreas do conhecimento.

Público: Profissionais da área da Saúde e da Educação

Datas: 24/06/2010

Carga Horária: 02 horas

Horário: 18h00 às 20h00

Formato: 01 encontro

Conteúdo Programático: processo de aprendizagem, prática pedagógica,
estratégias e materiais de apoio.

Docentes: Profissionais da Pestalozzi de São Paulo

Vagas limitadas (mínimo de 30 pessoas)
Obs.: Haverá envio de certificado de participação no evento

Investimento:

Profissionais = R$ 40,00

Alunos de graduação*, pós-graduação* e professores** = R$ 35,00

Grupos de 05 pessoas = R$ 35,00

* alunos regularmente matriculados em 2010 com comprovante

** professores da rede pública e privada



Dados bancários
Banco do Brasil - 001, Agência 0584-3, c/c 9900-7, Sociedade Pestalozzi de
São Paulo.
Enviar comprovante do depósito e de escolaridade/função até o dia
21/06/2010, com nome e telefone para o Fax: (11) 2905.3045/ 2905.3048 – A/C
Depto. de Cursos

Local de Realização e Informações:
Sociedade Pestalozzi de São Paulo
Av. Morvan Dias de Figueiredo, 2801 – Vila Guilherme - São Paulo
Fone: (11) 2905 3045 / 2905 3047 / 2905 3048 - Ramal 240
E-mail: cursos@pestalozzisp.org.br

3)VIII ANO DE PALESTRAS NA ÁREA DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL “Atendimento à
diversidade – paradigma de suportes: do clínico ao educacional”

Objetivo: proporcionar informações e discussões sobre os aspectos voltados
ao diagnóstico e ao atendimento educacional especializado na área da
deficiência intelectual.

Público: Profissionais da área da Saúde e da Educação

Carga Horária: 16 horas

Horário: 08h00 às 17h00

Datas: 20 e 21/08/2010 (sexta e sábado)


Evento: gratuito

Conteúdo Programático Avaliação (diagnóstica: instrumentalização e
protocolos; pedagógica: processual e sondagem) e Atendimento Educacional
Especializado (aspectos legais, operacionais e de diretrizes do atendimento
educacional especializado)

Docentes: Profissionais da Pestalozzi de São Paulo

Vagas limitadas
Obs.: Haverá envio de certificado de participação no evento

Local de Realização e Informações:
Sociedade Pestalozzi de São Paulo
Av. Morvan Dias de Figueiredo, 2801 – Vila Guilherme - São Paulo
Fone: (11) 2905 3045 / 2905 3047 / 2905 3048 - Ramal 240
E-mail: cursos@pestalozzisp.org.br


4) CURSO DE ATUALIZAÇÃO NA ÁREA DA DEFICIÊNCIA INTELECTUAL “Do clínico ao
laboral”

Objetivo: oferecer informações sobre os aspectos do desenvolvimento,
escolarização, profissionalização e mercado de trabalho da pessoa com
deficiência intelectual.

Público: Profissionais da área da Saúde e da Educação

Datas: 11/09 a 16/10/2010 (sábado)

Carga Horária: 40 horas

Horário: 08h00 às 17h00

Formato: 05 encontros

Conteúdo Programático: Desenvolvimento Infantil e Intercorrências –
apresentação de casos; Avaliação Diagnóstica e Suportes – Equipe
Interdisciplinar; Atendimento Educacional do aluno com deficiência
intelectual - prática pedagógica e avaliação processual; Rede Social e de
Apoio; Empregabilidade

Docentes: Profissionais da Pestalozzi de São Paulo

Vagas limitadas (mínimo de 30 pessoas)
Obs.: Haverá envio de certificado de participação no evento

Investimento:

Profissionais = 3x de R$ 110,00, sendo depósitos para 20/07; 20/08 e 20/09

Alunos de graduação*, pós-graduação* e professores** = 3x de R$ 100, 00,
sendo depósitos para 20/07; 20/08 e 20/09

Grupos de 05 pessoas = 3x de R$ 100,00, sendo depósitos para 20/07; 20/08 e
20/09

* alunos regularmente matriculados em 2010 com comprovante

** professores da rede pública e privada


Dados bancários
Banco do Brasil - 001, Agência 0584-3, c/c 9900-7, Sociedade Pestalozzi de
São Paulo.
Enviar comprovante do depósito e de escolaridade/função até o dia
25/10/2010, com nome e telefone para o Fax: (11) 2905.3045/ 2905.3048 – A/C
Depto. de Cursos

Local de Realização e Informações:
Sociedade Pestalozzi de São Paulo
Av. Morvan Dias de Figueiredo, 2801 – Vila Guilherme - São Paulo
Fone: (11) 2905 3045 / 2905 3047 / 2905 3048 - Ramal 240
E-mail: cursos@pestalozzisp.org.br

5) 2º ENCONTRO DE FORMAÇÃO – ATENDIMENTO À DIVERSIDADE “Adequações
curriculares/avaliação processual”

Objetivo: discutir aspectos relacionados ao atendimento às especificidades
dos alunos com deficiência intelectual no que se refere às adequações
curriculares favorecedoras ao processo de aprendizagem.

Público: Profissionais da área da Saúde e da Educação

Datas: 25/11/2010

Carga Horária: 02 horas

Horário: 18h00 às 20h00

Formato: 01 encontro

Conteúdo Programático: processo de aprendizagem, prática pedagógica,
estratégias e materiais de apoio.

Docentes: Profissionais da Pestalozzi de São Paulo

Vagas limitadas (mínimo de 30 pessoas)
Obs.: Haverá envio de certificado de participação no evento

Investimento:

Profissionais = R$ 40,00

Alunos de graduação*, pós-graduação* e professores** = R$ 35,00

Grupos de 05 pessoas = R$ 35,00

* alunos regularmente matriculados em 2010 com comprovante

** professores da rede pública e privada


Dados bancários
Banco do Brasil - 001, Agência 0584-3, c/c 9900-7, Sociedade Pestalozzi de
São Paulo.
Enviar comprovante do depósito e de escolaridade/função até o dia
17/11/2010, com nome e telefone para o Fax: (11) 2905.3045/ 2905.3048 – A/C
Depto. de Cursos

Local de Realização e Informações:
Sociedade Pestalozzi de São Paulo
Av. Morvan Dias de Figueiredo, 2801 – Vila Guilherme - São Paulo
Fone: (11) 2905 3045 / 2905 3047 / 2905 3048 - Ramal 240
E-mail: cursos@pestalozzisp.org.br

terça-feira, 2 de março de 2010

Estresse no trabalho pode causar doença de voz em professor

Nilbberth Silva / Agência USP

Cerca de 60% dos professores da rede municipal da cidade de São Paulo têm distúrbios na voz — uma prevalência cinco vezes maior que no resto da população (1). De acordo com uma pesquisa da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, o estresse no trabalho está fortemente associado com essas doenças e elas aumentam de 6 a 9,5 vezes as chances de o professor tornar-se incapaz para o trabalho.

A fonoaudióloga Susana Giannini avaliou 167 professores de ensino infantil, fundamental e médio com distúrbios de voz na cidade de São Paulo. Ela comparou-os com 105 colegas saudáveis, provenientes das mesmas escolas. Depois, Susana analisou os grupos com duas escalas:uma media o nível de estresse no trabalho e outra, a capacidade para o trabalho.

A pesquisadora encontrou uma associação estatística entre ter distúrbios vocais e estresse provocado pela organização do trabalho — indício de que o estresse pode ser uma causa dos distúrbios vocais. O estresse era medido pelos níveis de excesso de trabalho e falta de autonomia sobre o trabalho dos professores.

Cerca de 70% daqueles que tinham problemas vocais apresentaram excesso de trabalho, mostrando que a pressão para realizá-lo era média ou alta. Já nos professores saudáveis a porcentagem era de 54,4%.

Os professores com distúrbios de voz também tiveram menor autonomia para realizar seu trabalho. Cerca de 73% dos professores com distúrbio de voz mostraram ter pouca ou média autonomia sobre o trabalho. Já nos professores sem alteração vocal, a porcentagem é de 62,1%.

“A condição de estresse é de alto desgaste”, explica Susana. Nesse nível, o professor perde a possibilidade de criar e intervir no trabalho. Ele tem muitas tarefas para desempenhar e não consegue criar soluções para os problemas que aparecem.

Incapacidade
A pesquisa analisou os professores com um índice que media a capacidade de um trabalhador desempenhar suas tarefas em função do seu estado de saúde, capacidades físicas e mentais, e exigências do trabalho. O resultado foi que professores com distúrbio vocal tem chances de 6 a 9,5 vezes maiores de não ter condições de executar o trabalho antes de chegar à aposentadoria.

“Com o adoecimento da voz, o professor se aposenta mais cedo ou precisa sair da sala de aula, vai pra secretaria fazer trabalho burocrático. É como se o distúrbio interrompesse sua carreira precocemente.. E isso reduz a satisfação com o trabalho”.

De acordo com a pesquisa, as novas políticas do governo para inclusão de alunos aumentaram a carga de trabalho dos professores, que passam a ter de ensinar alunos com níveis de conhecimento diferentes. As salas de aula também aumentaram de número e os estudantes passam mais tempo na escola. “No entanto, não aumenta a estrutura das escolas”, diz a pesquisadora. “O professor tem de dar conta sozinho de mais trabalho. Aumenta a pressão e o volume do trabalho, que vai invadindo o espaço familiar e social. O professor não dá conta de transmitir o conteúdo planejado”.

Na opinião de Suzana, o estudo pode ajudar a rever as regras da previdência social, que não reconhecem perda da voz do professor como doença relacionada ao trabalho. “A pesquisa levanta que o professor pode adoecer e ser incapacitado de trabalhar em sua função quando relaciona muito trabalho com pouca autonomia”, indica a fonoaudióloga. “Se for compreendido que isso é causado pelo trabalho, eu tenho que ter políticas públicas que reconheçam esse nexo causal. Se alguma lei compreender que o disturbio de voz está relacionado ao trabalho, o professor deixa de arcar sozinho com a doença que adquiriu”.

Mais informações: (11) 3397-7987, email \n ppgiannini@usp.br

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A primeira escola criada dentro de um hospital no País.

A escola que dá uma lição de vida

Quase todos os dias, David, de 6 anos, passa algumas horas na sala de aula. Ele faz desenhos, pinta, cria, brinca, se diverte no computador e dá os primeiros passos na leitura e na escrita. Nada fora do comum se o garoto não travasse, há dois meses, uma árdua luta contra a leucemia e se a sua escola não estivesse instalada na ala de pediatria, no quinto andar do Hospital A.C. Camargo, uma das referências nacionais para o tratamento de câncer.

Assim como seus pequenos pacientes, as 14 professoras (12 da Prefeitura e duas do Estado) da Escola Especializada Schwester Heine, se esforçam diariamente para evitar que os pacientes mirins em tratamento hospitalar percam o ano letivo. Elas acompanham o aprendizado das crianças e dos jovens, orientam nas tarefas e até aplicam provas, enviadas pelas escolas de origem. Mas, mais do que evitar a repetência, a escola tem o papel fundamental de proporcionar a socialização e também a elevação da auto-estima.

"O objetivo é trazer o convívio escolar, que faz muita falta às crianças, já afastadas do convívio social por causa da doença", disse Márcio Camargo, diretor de Ensino do hospital. Desde que foi fundada, há 20 anos, numa iniciativa de Carmem Prudente, a escola já atendeu 8,5 mil crianças. "Trabalhamos com uma média de 500 por ano", explicou Camargo. A Schwester Heine foi a primeira escola criada dentro de um hospital no País.

Momentos – Para as crianças, frequentar a colorida sala de aula é uma alegria dentro de um momento complicado, doloroso e difícil. "Fica mais fácil superar a doença. O meu filho fica mais contente", disse Delfina Norberta Magalhães, mãe de David. Sempre calado, o menino não desgruda os olhos da tela do computador onde brinca com jogos educativos. Ele fica internado de tempos em tempos para as sessões de quimioterapia.

Risonho, falante e "fazedor" de caretas, Arthur, de pouco mais de dois anos, nem reclama mais de ter de ir com frequência ao hospital. "Ele diz que vai para a escola", conta Eva, a avó. A mãe do menino, Carla, disse que ele quer ficar na sala de aula o tempo todo. "Ele nem quer tirar a agulha usada para a quimioterapia porque não quer voltar para casa", afirmou.

Luiz Durval Silva Queiroz, pai de Maria Alice, de 8 anos, é de Aracajú e está há quase um ano em São Paulo para acompanhar o tratamento da filha. "A escola dela, a Babylândia, manda o material via correio para que possa continuar aprendendo", disse. Para Luiz, a atividade é muito importante. "Além de não perder o ano, ela se distrai e se preocupa menos".

Ao contrário de Arthur, que fica triste ao ir embora, Elly, de 10 anos, não reclamou de voltar para casa. Já "de alta", ele terminava de preparar alguns enfeites de Natal que serão usados por seus colegas de hospital na festa comunitária. Elly é evangélico e não comemora a data. O garoto gosta da escola e se destaca pelos bonecos que faz. "Eu aprendo muito", disse.

"Já descobrimos muitos talentos aqui", afirmou a professora Eliane Latterza, há oito anos na Schwester Heine. Segundo ela, a escola ajuda, inclusive, a tratar a família, que acaba adoecendo junto com a criança. "O mais importante é manter a aderência ao tratamento. Ajudamos a criar na criança a perspectiva de ter uma vida melhor no futuro, de sonhar com o que vai ser quando crescer", explicou. A escola tem muitos ex-pacientes curados, adultos e graduados.

Formação – Com 20 nos de atuação, a escola Schwester Heine funciona atualmente em três ambientes no hospital – internação, brinquedoteca e no laboratório Lavoisier –, se tornou referência e passou a orientar a realização de projetos semelhantes em outras instituições de saúde dentro e fora do Estado de São Paulo. Agora passará também a investir na formação de profissionais.

Na semana passada realizou o curso Formação de Professores -Atendimento Pedagógico Hospitalar , com oito horas de aulas teóricas e quatro horas de visita monitorada. Para o próximo ano, o A. C. Camargo tem como objetivo a instalação de um curso de pós-graduação com o mesmo tema. "Queremos desenvolver especialistas em pedagogia hospitalar", finalizou Márcio Camargo.

Sandra Manfredini

Curso de Extensão Universitária em Pedagogia Hospitalar

Clique na imagem abaixo, para ampliá-la.

Curso de Pedagogia Hospitalar.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

PEDAGOGIA HOSPITALAR: um breve histórico

Muito se tem falado sobre Qualidade de Vida, de como aplicá-la aos
seus dias de forma a viver sua saúde física e mental em equilíbrio, de estar debem consigo, com as pessoas, em harmonia com a vida.
A Pedagogia Hospitalar vem se expandindo no atendimento à criança
hospitalizada, e em muitos hospitais do Brasil tem se enfatizado a visão
humanística.
Como pratica deste trabalho Humanista, o nosso trabalho deverá ser o
de ter os olhos voltados para o ser global, e não somente para o corpo e as
necessidades físicas, emocionais, afetivas, e sociais do individuo.
Como referencial teórico, utilizo as experiências e pesquisas realizadas
nos hospitais do Brasil onde a Classe Escolar Hospitalar foi implantada no
auxílio de tratamentos às crianças e adolescentes.
Meu objetivo é, conscientizar, discutir e ampliar as idéias dos
profissionais da educação e da saúde, quanto a proporcionar uma melhorqualidade de vida, para todas as pessoas que requerem um cuidado e um olharespecial para um atendimento individualizado, seja no atendimento domiciliárioou hospitalar.
Procurando favorecer toda estratégia que ajude o desenvolvimento
desta modalidade educacional e que sensibilize os agentes da educação e dasaúde sobre a importância do atendimento educacional à criança hospitalizada,faz-se necessário construir um espaço para profissionais dedicados à atenção às crianças e jovens que devem permanecer hospitalizados, com o objetivo de sensibilizar para a questão, trocar experiências e refletir sobre pedagogia hospitalar, oferecendo ferramentas para o desenvolvimento desta modalidadeeducacional e explorando sua relação com o sistema educacional formal.
Tendo em vista o embasamento legal, contido na legislação vigentes
que amparam e legitimam o direito à educação, os hospitais devem dispor àscrianças e adolescentes um atendimento educacional de qualidade e igualdadede condições de desenvolvimento intelectual e pedagógico.
A inserção do ambiente escolar no período de internação é importante
para a recuperação da saúde da criança, já que reduz a ansiedade e o medoadvindos do processo da doença.
Sua história...A Classe Hospitalar tem seu início em 1935, quando Henri Sellierinaugura a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de Paris.
Seu exemplo foi seguido na Alemanha, em toda a França, na Europa e nosEstados Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de criançastuberculosas.
Pode-se considerar como marco decisório das escolas em hospital a
Segunda Guerra Mundial. O grande número de crianças e adolescentes
atingidos, mutilados e impossibilitados de ir à escola, fez criar um engajamento,sobretudo dos médicos, que hoje são defensores da escola em seu serviço.
Em 1939 é Criado o C.N.E.F.E.I. – Centro Nacional de Estudos e de
Formação para a Infância Inadaptadas de Suresnes, tendo como objetivo
formação de professores para o trabalho em institutos especiais e em hospitais;Também em 1939 é criado o Cargo de Professor Hospitalar junto aoMinistério da Educação na França. O C.N.E.F.E.I. tem como missão até hojemostrar que a escola não é um espaço fechado. O centro promove estágios emregime de internato dirigido a professores e diretores de escolas; os médicosde saúde escolar e a assistentes sociais.
A Formação de Professores para atendimento escolar hospitalar no
CNEFEI tem duração de dois anos. Desde 1939, o C.N.E.F.E.I. já formou 1.000 professores para as classes hospitalares, cerca de 30 professores a cada turma.
LegislaçãoNo Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e doAdolescente Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, noitem 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante suapermanência hospitalar”.
Em 2002 o Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de
Educação Especial, elaborou um documento de estratégias e orientações parao atendimento nas classes hospitalares, assegurando o acesso à educaçãobásica. Em Santa Catarina, a SED baixou Portaria que “Dispõe sobre aimplantação de atendimento educacional na Classe Hospitalar para crianças e adolescentes matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, internados em hospitais” (Portaria nº. 30, SER, de 05/ 03/2001). Todo o aluno que freqüenta a classe possui um cadastro com os dados pessoais, de hospitalização e da escola de origem. Ao final de cada aula o professor faz os registros nesta ficha com os conteúdos que foram trabalhados e outras informações que se fizerem necessários. O aluno que freqüenta a classe por três dias ou mais é realizado contato telefônico com sua escola, comunicando da sua participação na classe e obtendo-se informações referentes aos conteúdos que estão sendo trabalhados, no momento, em sua turma. Após alta hospitalar, é enviado relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu desempenho, posturas adotadas, dificuldades apresentadas. Para que este seja legitimado, é necessário o carimbo e assinatura do diretor (escola da Rede Regular Estadual) a fim de encaminhá-lo à escola de origem. A proposta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC, 1996) é a de que toda criança disponha de todas as oportunidades possíveis para que os processos de desenvolvimento e aprendizagem não sejam suspensos. A existência de atendimento pedagógico-educacional em hospitais em nada impede que novos conhecimentos e informações possam ser adquiridos pela criança ou jovem e venha contribuir tanto para o desenvolvimento escolar. Após alta hospitalar, é enviado relatório descritivo das atividades realizadas, bem como do seu desempenho, posturas adotadas, dificuldades apresentadas. Para que este seja legitimado, é necessário o carimbo e assinatura do diretor (escola da Rede Regular Estadual) a fim de encaminhá-lo à escola de origem. Objetivos da Pedagogia Hospitalar A Pedagogia Hospitalar vem se expandindo no atendimento à criança hospitalizada, e em muitos hospitais do Brasil tem se enfatizado a filosofia humanística. Um dos objetivos da classe hospitalar, na área sócio-política, e o de defender o direito de toda criança e adolescente a cidadania, e o respeito às pessoas com necessidades educacionais especiais e no direito de cada um ter oportunidades iguais. Como pratica deste trabalho Humanista, o nosso trabalho deverá ser o de ter os olhos voltados para o ser global, e não somente para o corpo e as necessidades físicas, emocionais, afetivas e sociais do individuo. Como um de seus objetivos a Classe Hospitalar possibilita a compensação de faltas e devolver um pouco de normalidade à maneira de viver da criança. O que é a Classe hospitalar? A implantação da Classe hospitalar nos hospitais pretende integrar a criança doente no seu novo modo de vida tão rápido quanto possível dentro de um ambiente acolhedor e humanizado, mantendo contato com seu mundo exterior, privilegiando suas relações sociais e familiares. A classe hospitalar constitui uma necessidade para o hospital, para as crianças, para a família, para a equipe de profissionais ligados a educação e a saúde. Sua criação é uma questão social e deve ser vista com seriedade, responsabilidade e principalmente promover uma melhor Qualidade de Vida. A classe hospitalar se dirige às crianças, mas deve se estender às famílias, sobretudo àquelas que não acham pertinente falar sobre doenças com seus filhos, buscando recuperar a socialização da criança por um processo de inclusão, dando continuidade a sua aprendizagem. Esta inclusão social será o resultado do processo educativo e re-educativo. Embora a escola seja um fator externo à patologia, a criança irá mantém um vínculo com seu mundo exterior através das atividades da classe hospitalar. Se a escola deve ser promotora da saúde, o hospital pode ser mantenedor da escolarização. A Secretaria de Educação Especial define como classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, com tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospitalsemana ou em serviços de atenção integral à saúde mental. A classe hospitalar foi criada para assegurar as crianças e aos adolescentes hospitalizados, a continuidade dos conteúdos regulares, possibilitando um retorno após a alta sem prejuízos a sua formação escolar. Na infância, assim como na adolescência a hospitalização alterar desenvolvimento emocional, pois restringe as relações de convivência da criança, pois a afasta da sua família, de casa, dos amigos e da escola. A preocupação com a saúde física da criança deixa os pais desnorteados e muitos deixam de dar o devido valor aos estudos durante o tratamento, as criança neste período de internação ficam desestimuladas, sem estimulo para continuar a desenvolver suas habilidades e competências. O Pedagogo Hospitalar Chamo a atenção para o atendimento realizado por um profissional capacitado, em desenvolver e aplicar conceitos educacionais, e estimular as crianças na aquisição de novas competências e habilidades, e ressaltar a importância de se ter um local com recursos próprios dentro do hospital que seja apropriado para desenvolvermos este trabalho onde à criança interaja e construa novos conceitos. Ele será o tutor global da criança para que ela possa ser tratada de seu problema de doença, sem esquecer as necessidades pessoais. A intervenção faz com que a criança mantenha rastros que a ajudem a recuperar seu caminho e garantir o reconhecimento de sua identidade. O contato com sua escolarização fazem do hospital uma agência educacional para a criança hospitalizada desenvolver atividades que a ajudem a construir um percurso cognitivo, emocional e social para manter uma ligação com a vida familiar e a realidade no hospital. Lembramos que o atendimento a essas crianças é um direito de todos os educandos, garantidos por Lei, pelo tempo que estiverem afastados ou impedidos de freqüentar uma escola, seja por dificuldades físicas ou mentais. A formação do professor hospitalarPara atuar em Classes Hospitalares, o professor deverá estar habilitado para trabalhar com diversidade humana e diferentes experiências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de freqüentar a escola, decidindo e inserindo modificações e adaptações curriculares em um processo flexibilizador de ensino/aprendizagem. O professor deverá ter a formação pedagógica, preferencialmente em Educação Especial ou em curso de Pedagogia e terá direito ao adicional de insalubridade. O trabalho do professor hospital é muito importante, pois atende as necessidades psicológicas e sociais e pedagógicas das crianças e jovens. Ele precisa ter sensibilidade, compreensão, força de vontade, criatividade persistência e muita paciência se quiserem atingir seus objetivos. Deverá elaborar projetos que integrem a aprendizagem, de maneira especificas para crianças hospitalizadas adaptando-as há padrões que fogem da educação formal, resgatando e integrando-as ao contexto educacional. O pedagogo Hospitalar no atendimento pedagógico deve ter seus olhos voltados para o todo, objetivando o aperfeiçoamento humano, construindo uma nova consciência onde a sensação, o sentimento, a integração e a razão cultural valorizem o indivíduo.


Quem escreveu este artigo foi:
Cláudia R. Esteves
Especialista em Psicopedagogia, Pedagogia Educacional e Hospitalar.

BIBLIOGRAFIA ANTUNES, Celso. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. Direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Diário Oficial, Brasília, 17 out. 1995. Seção 1, pp. 319-320. GHIRALDELLI, P. O que é Pedagogia. São Paulo. Brasiliense 1989. MARCELLINO, n. c. Pedagogia da animação. 4ed. Campinas, SP: Papirus, 2002. MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1990. NOVA ESCOLA. Edição Especial. Parâmetros Curriculares Nacionais fáceis de entender, 2001. O universo simbólico da criança: olhares sensíveis para a infância. Petrópolis: Vozes, 2005 Pediatria: prevenção e controle de infecção hospitalar/ Ministério da Saúde, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária – Brasília: Ministério da Saúde. PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Foz do Iguaçu: Zahar, 1982. VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. A Psicopedagogia hospitalar para crianças e adolescentes (2001) VASCONCELOS, Sandra Maia Farias. NOGUEIRA, Joana Flávia Fernandes. Da escola tradicional à classe hospitalar: quebra do paradigma de escolarização de um adolescente com câncer. Fortaleza: Anais da X Semana de Pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará. Novembro, 2001(b). FILME: PATCH ADAMS – O amor é contagioso. Tudo por Amor. Amigos para sempre. Golpe do Destino. Fale com Ela. SERIADOS DE TV: House ER SITES: www.praticahospitalar.com.br http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/livro9.pdf http://www.inep.gov.br/pesquisa/bbe-online/det.asp?cod=58708&type=P http://www.pedagobrasil.com.br/wforum/forum.asp?acao=msg&id=245 http://portales.educared.net/aulashospitalarias/por/sobreelproyecto_nuestrasaul as.jsp

Atendimento Hospitalar no Brasil

Atendimento Hospitalar no Brasil
Em nosso país, verificamos que são poucos os hospitais que oferecem esse diferencial de atendimento em suas pediatrias, podemos mencionar o Hospital Infantil Joana de Gusmão no Sul; Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, Hospital de Clínicas – UNESP de Botucatu, Hospital Amaral Carvalho em Jaú, Hospital Materno Infantil de Marília; Centro Infantil Boldrini em Campinas e o INCA no Rio de Janeiro, em São Paulo há 20 classes na Capital e 13 no Interior, as classes hospitalares funcionam nos seguintes hospitais: Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – são quatro classes, vinculadas à Escola Estadual Arthur Guimarães; Hospital Darcy Vargas – oito classes vinculadas à Escola Estadual Adolfo Trípoli; Hospital do Servidor Público Estadual – duas classes ligadas à Escola Estadual César Martinez; Hospital de Clínicas de São Paulo – (com duas classes) e Hospital Emílio Ribas (com três classes), que mantêm vínculo com a Escola Estadual Vítor Oliva; Hospital AC Camargo – duas classes da Escola Estadual Presidente Roosevelt; Hospital Cândido Fontoura – uma classe pertencente à Escola Estadual Antônio Queiroz Telles; e o Instituto da Criança.

Constatamos que na rede privada de hospitais é oferecido às crianças atividades recreacionistas e ludo pedagógico em brinquedotecas como cumprimento de Lei; sendo desenvolvidas muitas vezes pelo setor voluntariado, que não possui formação e capacitação para a realização deste atendimento.

O atendimento pedagógico busca favorecer toda estratégia que ajude o desenvolvimento desta modalidade educacional e que sensibilize os agentes da educação e da saúde sobre a importância do atendimento educacional à criança hospitalizada.

Atividades Pedagógicas

Atividades de Artes: consiste no desenvolvimento e na vivência de um trabalho expressivo e criativo que envolve a utilização de técnicas e materiais artísticos por meio do contato com materiais como: pintura, desenhos, construção com sucatas e elaboração de adornos para festas comemorativas.

Leituras e Interpretação de Estórias: consistem na utilização de procedimentos que possibilitem o acesso à informação escrita, de maneira individual ou em grupos de jornais, contos, histórias, biografias, poesia, novela, e outros recursos, tomados não somente com o objetivo de distração em relação à doença, como também no estímulo ao gosto e ao hábito pela leitura.

Construção: Consiste em desenvolver o raciocínio da criança, a seqüência do pensamento

Exibição de Filmes: consiste em atividades que atendam não somente ao lazer, mas que de um modo geral venha estimular a verbalização e o pensamento criativo.

Jogos e Brincadeiras: consiste na utilização e manejo de diferentes jogos que proporcionem o lazer, a socialização, a informação e alguns aspectos do processo cognitivo, tais como: observar, analisar, registrar, memorizar e planejar e inferir

O que é Pedagogia Hospitalar?

O que é Pedagogia Hospitalar?
A Pedagogia Hospitalar há anos está lutando para saber concretamente sua verdadeira definição. Ela se apresenta como um novo caminho tomado no meio profissional da educação, com um bom desempenho na conquista de seus ideais. É um processo educativo não escolar que propõe desafios aos educadores e possibilita a construção de novos conhecimentos e atitudes.

A Pedagogia Hospitalar envolve o conhecimento médico e psicológico, representando uma tarefa complexa. A realização dessa tarefa necessita de um
ponto de referência não médico: o enfoque formativo, instrutivo e psicopedagógico. Nisso germina um novo campo onde aparece uma inter-relação de trabalho que
permite delinear as fronteiras de aproximação conceitual do conhecimento demandado.

A enfermidade do educando muitas vezes o obriga a se ausentar da escola por um período prolongado,trazendo prejuízos às atividades escolares. Por esse
motivo há necessidade de uma projeção emergente que, além de atender o estado biológico e psicológico da criança, atenda também suas necessidades pedagógicas.

A criança sofre grandes influências do ambiente onde ela se encontra. Quando se sente fraca e doente, sem poder brincar, longe da escola, dos amigos e, fica desanimada e triste, sem estímulo para se curar.

O pedagogo, ao desenvolver um trabalho educativo com a criança internada, também trabalha o lúdico de forma
que alivie possíveis irritabilidades, desmotivação e estresse do paciente.

A continuidade dos estudos no período de internamento, traz maior vigor às forças vitais do educando, existindo aí um estímulo motivacional, tendo várias ações preponderantes e desencadeantes para sua recuperação.

Dessa maneira nasce uma predisposição que facilita sua cura.A escola-hospital possui uma visão que se propõe a um trabalho não somente de oferecer continuidade de instrução, mas também o de orientar a criança sobre o internamento evitando um trauma.
Legislação

No Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e do Adolescente Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no item 9, o “Direito de desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”.

Tendo em vista o embasamento legal, contido na legislação vigente, Lei 10.685 de 30/11/2000., que amparam e legitimam o direito à educação, os hospitais devem
dispor às crianças e adolescentes um atendimento educacional de qualidade e igualdade de condições de desenvolvimento intelectual e pedagógico, por que os convênios médicos não podem aderir este atendimento.

A resolução 02 CNE/MEC/ Secretaria do estado da Educação – Departamento de Educação Especial, datada em 11 de setembro de 2001, determina expressamente a implantação de hospitalização Escolarizada com a afinidade de atendimento pedagógico aos alunos com necessidades
especiais transitórias.

Lembramos que o atendimento a essas crianças é um direito de todos os educandos, garantidos por Lei, pelo tempo que estiverem afastados ou impedidos de freqüentar uma escola, seja por dificuldades físicas ou mentais.

Resoluções: Classe Hospitalar
RESOLUÇÃO SE Nº. 95, DE 21 DE NOVEMBRO DE 2000
Ementa: Dispõe sobre o atendimento de alunos com necessidades educacionais
especiais nas escolas da rede estadual de ensino e dá providências correlatas

Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados
Visando nortear a conduta dos profissionais de saúde no ambiente hospitalar a Sociedade Brasileira de Pediatria elaborou e apresentou o texto abaixo, na vigésima sétima Assembléia Ordinária do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA - com sede no Ministério da Justiça em Brasília, aprovado por unanimidade e transformado em resolução de número 41 em 17 de outubro de 1995.

1. Direito a proteção à vida e à saúde, com absoluta prioridade e sem qualquer forma de discriminação.

2. Direito a ser hospitalizado quando for necessário ao seu tratamento, sem distinção de classe social, condição econômica, raça ou crença religiosa.

3. Direito a não ser ou permanecer hospitalizado desnecessariamente por qualquer razão alheia ao melhor tratamento de sua enfermidade.

4. Direito a ser acompanhado por sua mãe, pai ou responsável, durante todo o período de sua hospitalização, bem como receber visitas.

cont...
Classes Hospitalares e o direito à educação
A concepção de classes escolares em hospitais é conseqüência da importância formal de que crianças hospitalizadas, independentemente do período de permanência no estabelecimento, têm necessidades educativas e direitos de cidadania, onde se abrange a escolarização. A Educação é direito de todos e dever do Estado e da família. O direito a educação se expressa como direito à aprendizagem e a escolarização.

O artigo 214 da Constituição Federal afirma que as ações do Poder Público devem conduzir à universalização do atendimento escolar. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional assegura que o Poder Público criará formas alternativas de acesso aos diferentes níveis de ensino (art. 5º § 5º), podendo organizar-se de diferentes formas para garantir o processo de aprendizagem (art 23).

A escola, é o lugar fundamental para o encontro do educando com o saber sistematizado. Porém para possibilitar o acompanhamento pedagógico e educacional e garantir a continuidade do procedimento escolar de crianças e jovens do ensino regular, garantindo a conservação da conexão com a escola de origem, através de um currículo flexibilizado e adaptado da ação docente, a Secretaria de Educação em convênio firmado com a Secretaria de Saúde criou um programa de acolhimento diferenciado às crianças e jovens, internados em Hospitais, que necessitam de acompanhamento educacional especial, para que os mesmos não percam a ligação com a escola, oferecendo atendimento sistemático e diferenciado, no âmbito da Educação Básica, individual ou coletivo em Classe Hospitalar ou no leito, conforme a necessidade do educando que se encontra incapaz de freqüentar a escola provisoriamente. Além de um ambiente próprio para a Classe Hospitalar, o acompanhamento poderá ser feito na enfermaria, no leito ou no quarto de isolamento, uma vez que as restrições conferidas ao educando por sua condição clínica ou de tratamento assim requeiram.

Para atuar em Classes Hospitalares, o professor deverá estar habilitado para trabalhar com diversidade humana e diferentes experiências culturais, identificando as necessidades educacionais especiais dos educandos impedidos de freqüentar a escola, decidindo e inserindo modificações e adaptações curriculares em um processo flexibilizador de ensino/aprendizagem . O professor deverá ter a formação pedagógica, preferencialmente em Educação Especial ou em curso de Pedagogia e terá direito ao adicional de insalubridade. A legislação brasileira reconhece o direito de crianças e adolescentes hospitalizados ao acompanhamento pedagógico-educacional. (Política Nacional de Educação Especial (MEC/SEESP, 1994 e 1995). Essa propõe que a educação em hospital seja realizada através da organização de classes hospitalares, devendo-se assegurar oferta educacional não só aos pequenos pacientes com transtornos do desenvolvimento, mas, também, às crianças e adolescentes em situações de risco, como é o caso da internação hospitalar (Fonseca,1999). ).

A prática pedagógica nesse lócus de atendimento exige dos profissionais da educação maior flexibilidade, em relação ao número de crianças que irão ser atendidas , assim como ao período que cada uma delas permanecerá internada, bem como às diferentes patologias. Para este atendimento não existe uma receita pronta, constituindo-se em um desafio a ser alcançado. As professoras devem buscar parceria com os familiares, que exercem proeminente papel, como figura de apoio e cooperação no sucesso da qualidade do ensino/aprendizagem e na qualidade de vida.

Referencias:Direitos da criança e do adolescente hospitalizados. Diário Oficial, Brasília, 17 out. 1995. Seção 1, pp. 319-320. Autora: Amelia Hamze Educadora Profª UNIFEB/CETEC e FISO - Barretos
Pedagogia - Brasil Escola

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Curso de Especialização em Saúde da Mulher - USP

A Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP está com inscrições abertas até o dia 12 de fevereiro para o curso Especialização em Saúde da Mulher no Climatério, que terá início em março e duração de um ano.
As aulas pretendem responder a questões como quais são os riscos e benefícios da reposição hormonal, qual a importância de exercício físico e alimentação adequada no período do climatério, como está a preparação dos profissionais de saúde para o atendimento a mulheres homossexuais que passam por essa fase, entre outras. O curso é voltado a profissionais de nível superior com atuação e interesse na área de saúde da mulher no climatério, que atuem em serviços públicos, privados, ONGs e instituições governamentais.

“A idéia é que o conhecimento seja aplicado não apenas no nível individual, mas sim que colabore para reduzir custos em termos de saúde pública”, explica o professor José Mendes Aldrighi, coordenador da disciplina saúde da mulher no climatério do Departamento de Saúde Materno-Infantil da FSP.

Compreendendo
Mas, afinal, o que é climatério? Diferente do que muitos pensam, climatério e menopausa são coisas diferentes. Climatério é um período da vida da mulher - assim como a infância e a adolescência - que começa em torno dos 40 anos, quando termina a vida adulta, e se encerra aos 65 anos, quando então começa o período de envelhecimento. Já a famosa menopausa é, na verdade, a última menstruação na vida da mulher, que ocorre por volta dos 48 anos de idade. A ocorrência da menopausa (última menstruação) divide o período do climatério entre pré-menopausal e pós-menopausal.

O que o climatério tem de diferente dos demais períodos da vida da mulher é que os ovários, que começam sua produção hormonal com a primeira menstruação, passam a produzir cada vez menos hormônios e óvulos (folículos ovarianos). Se no início da adolescência, por volta dos 12 anos, a mulher produz 400 mil folículos, esse número passa a 25 mil por volta dos 40 anos.

O resultado da baixa produção de hormônios é que a mulher passa a ter maior dificuldade para engravidar. Além disso, ocorrem uma série de outras mudanças no organismo: o ciclo menstrual começa a se tornar irregular e vai diminuindo; a mulher sente ondas de calor, os chamados fogachos; a vagina fica mais seca; a baixa de hormônios na vagina propicia alterações do ponto de vista do exercício da sexualidade; a baixa de estrogênio causa distúrbios de humor e pode deixar a mulher mais sensível; a mulher pode ter insônia por causa dos fogachos e de depressão; há alterações de pele, já que a baixa do estrogênio vai reduz o colágeno; e há acúmulo de gordura abdominal, o que propicia uma série de doenças, como diabetes.

Se tudo isso já ocorre no climatério pré-menopausal, apenas se acentua no pós-menopausal. Além disso, após a menopausa, também aumenta o risco de três doenças decorrentes da baixa de estrogênio: infarto do miocárdio, osteoporose e demência (Alzheimer). A má notícia para as fumantes é que o cigarro causa uma alteração ovariana que gera uma menopausa antecipada, em geral dois anos antes. Com isso, os problemas do pós-menopausal chegam mais cedo.

Serviço
O curso Especialização em Saúde da Mulher no Climatério é organizado sob o formato de palestras com profissionais da área da saúde. Após apresentação teórica, haverá espaço para discussão com a platéia. As aulas acontecerão às terças-feiras, das 7h30 às 12 horas. O curso tem duração de um ano, com início em 2 de março. Ao final, é preciso apresentar uma monografia.

As inscrições vão até o dia 12 de fevereiro e podem ser feitas das 11 às 20 horas no Serviço de Alunos da FSP (Av. Dr. Arnaldo, 715, Cerqueira César, próximo ao metrô Clínicas, São Paulo). A taxa de inscrição é de R$ 120. São 90 vagas e a seleção será feita por meio de apresentação de currículo, seguida de entrevista nos dias 22 e 23 de fevereiro. Para se inscrever, é preciso apresentar: ficha de inscrição preenchida, cópia do RG, cópia do CPF, cópia do certificado de graduação, currículo e duas fotos 3x4.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Curso de Extensão em Pedagogia Hospitalar

Público-alvo: Professores, Pedagogos, Professores de Classes Hospitalares, Psicopedagogos, Fisioterapeutas, Nutricionistas, Psicólogos, Terapeutas Ocupacionais, Assistentes Sociais e profissionais e estudantes de áreas afins.

Objetivo do curso: Possibilitar ao aluno a vivência do cotidiano numa Classe Hospitalar de modo que ele possa analisar criticamente e construir uma estratégia de atuação pedagógica, considerando o real espaço hospitalar frente ao paciente, a doença e sua família.

Carga horária: 126 horas

Duração: 20 de fevereiro a 7 de julho de 2010

Aulas teóricas: Segundas e quartas-feiras, das 19h30 às 22h30 (seis horas semanais)

Aulas práticas: 12 horas divididas em dois sábados, em dias e horários previamente agendados e um dia durante a semana, podendo ser no período da manhã ou à tarde, também previamente agendado.

Organização: 10 grupos de 4 alunos. Os estágios serão acompanhados pelos professores da escola em regime de plantão como supervisores de estágio. Os alunos deverão observar a rotina de atendimentos e atividades da Escola Especializada Schwester Heine e colaborar com os atendimentos, de acordo com as orientações da supervisora de estágio.
Ao final de cada dia, deverão preencher relatório de observação que será entregue em reunião com a supervisora do estágio. O estágio contará com uma visita aos diferentes espaços da Escola Especializada Schwester Heine e observação no módulo da Internação no 5º andar.

Local das aulas:
Prédio do Hospital A.C.Camargo
Rua Galvão Bueno, 858 - Liberdade (próximo ao Metrô São Joaquim)

Investimento: Seis parcelas de R$ 260,00 (matrícula + cinco parcelas)
Desconto pontualidade para pagamento até o dia 10 de cada mês. Valor de R$240,00. Pagamento por meio de boleto bancário.

Matrículas: 20 de janeiro a 19 de fevereiro de 2010

Documentos necessários para matrícula deverão ser entregues no primeiro dia de aula:
Cópia simples: RG, CPF, Certificação de formação e comprovante de residência (moradia).

Local da Matrícula:
Secretaria do Hospital A.C.Camargo
Rua Galvão Bueno, 858 - Liberdade - CEP 01506-000 - São Paulo, SP
Fone: 2189-5052
Segunda a sexta-feira, das 8h às 21h e sábados das 8h às 12h.

Vagas Limitadas

Mais informações:

- Necessário mínimo de 40 alunos para início do curso.
- Em caso de desistência não haverá devolução do valor pago.
- Programa sujeito a alterações sem aviso prévio.
- O certificado será entregue ao término do curso.
- Para a obtenção do certificado é necessário mínimo de 75% de frequência nas aulas teóricas e 100% de frequência nas aulas práticas.

Informações:
Centro de Estudos
Fone: 2189-5098 / 2189-5078
E-mail:cursos@hcancer.org.br

Curso de Especialização Multiprofissional em Oncologia Pediátrica na Área Hospitalar e Ambulatorial

Curso de Especialização Multiprofissional em Oncologia Pediátrica na Área Hospitalar e Ambulatorial -

Informações Gerais
Ano: 2010
Nível: Especialização
Curso: Multiprofissional em Oncologia Pediatrica na Area Hospitalar e Ambulatorial
Público Alvo:
Alunos Com Nível Superior Concluído Em Cursos Reconhecidos Pelo Mec Das Áreas Do Conhecimento: Educação(Pedagogia E Diferentes Bacharelados/Licenciaturas), Fisioterapia Motora, Nutrição, Odontologia, Psicologia, Serviço Social E Terapia Ocupacional.
Coordenador: Prof. Dr Antonio Sergio Petrilli
Departamento(s) responsável(is): Pediatria
Programa Resumido:
O enfoque escolhido é aquele que articula formação inicial e continuada, teoria e prática, ensino e aprendizagem, conhecimento acadêmico e experienciado, práticas e políticas públicas voltadas ao atendimento Multiprofissional de crianças e adolescentes gravemente enfermos. Essa opção revela uma inovação, para profissionais trabalharem em seus atendimentos de forma integrada com outras equipes e não isoladamente como propõe a formação inicial de origem. de forma ampla, lida-se com o conhecimento em construção e, para tal, a abordagem do conteúdo é desenvolvida concomitantemente ao binômio teoria e prática, além de elementos da pesquisa em saúde
Número de Vagas: 17
Inscrição
Pré-Requisitos:
Formação universitária completa em cursos de bacharelado e/ou licenciatura. Ser aprovado no processo de seleção.
Valor: R$ 150,00
Período: 11/01/2010 a 22/02/2010
Documentos Exigidos:
Cópia de Currículo Lattes com cópia simples que comprove currículo acadêmico(Certificado de conclusão da graduação), pessoal(RG., CIC., Título de Eleitor, Comprovante de residência). Duas (2) cartas de apresentação da instituição de formação inicial, 2 fotos 3x4.
Processo Seletivo
Etapa(s):
PROVA TEÓRICA
Obs:
INSTITUTO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA/GRAACC/UNIFESP
RUA BOTUCATU, 743 - V. CLEMENTINO - SÃO PAULO - SP
06/03/2010 às 9:00 hrs.
ENTREVISTA
Obs: Comparecer com Currículo Vitae.
INSTITUTO DE ONCOLOGIA PEDIÁTRICA-GRAACC-UNIFESP
RUA BOTUCATU , 743 - V. CLEMENTINO - SÃO PAULO- SP
07/03/2010 às 9:00 hrs.
Matrícula
Valor: R$ 70,00
Período: 15/03/2010 a 18/03/2010
Dados do Curso
Mensalidade: R$
Início e Término: 29/03/2010 a 09/02/2011
Carga Horária: 448 Práticas e 236 Teóricas
Período: Integral - segunda-feira, terça-feira, quarta-feira, quinta-feira, sexta-feira
Horário: 08:00 as 18:00 hrs.
Outras Informações
Bibliografia:
Sub-Áreas:
Atendimento Escolar Hospitalar
Fisioterapia Motora
Nutrição
Odontologia
Psicologia
Serviço Social
Terapia Ocupacional

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Na hora difícil do hospital, a escolinha faz esquecer a dor.




Com 20 classes na Capital e 13 no Interior, as classes hospitalares asseguram atendimento educacional ao aluno internado

Um período prolongado de internação em hospital não precisa ser uma ameaça de perder o ano letivo para crianças e adolescentes matriculados na Educação Básica. Mantendo 33 classes hospitalares, sendo 20 na Capital e 13 em cidades do Interior, a Secretaria de Estado da Educação assegura o atendimento educacional em sete hospitais da rede pública de São Paulo e em mais sete no Interior, com base na Lei Estadual 10685, de 30 de novembro de 2000.

O gesso que imobiliza, a recuperação da cirurgia e até os casos mais sérios de pacientes que precisam de quimioterapia são algumas das situações comuns nessas classes, chamadas pelos alunos de escolinha. O atendimento é dado por professoras vinculadas a uma escola estadual. Os pacientes que podem se levantar recebem os professores na enfermaria.

Embora a lei seja do ano 2000, as classes hospitalares funcionam há muito mais tempo em São Paulo, com uma estimativa de que existam desde a década de 1930, segundo dados do Cape – Centro de Apoio Pedagógico Especializado, que oferece suporte ao processo de inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais na rede estadual de ensino. Para essas classes existirem, elas precisam se vincular a uma escola pública para que o professor seja designado, depois de uma avaliação que considera sua habilidade para lidar com esse público especial.

Em São Paulo, as classes hospitalares funcionam nos seguintes hospitais:

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – são quatro classes, vinculadas à Escola Estadual Arthur Guimarães;

Hospital Darcy Vargas – oito classes vinculadas à Escola Estadual Adolfo Trípoli;

Hospital do Servidor Público Estadual – duas classes ligadas à Escola Estadual César Martinez;

Hospital de Clínicas de São Paulo – (com duas classes) e Hospital Emílio Ribas (com três classes), que mantêm vínculo com a Escola Estadual Vítor Oliva;

Hospital AC Camargo – duas classes da Escola Estadual Presidente Roosevelt;

Hospital Cândido Fontoura – uma classe pertencente à Escola Estadual Antônio Queiroz Telles.

Nas cidades do Interior

Hospital de Clínicas de Ribeirão Preto – As primeiras duas classes foram criadas em 1997, vinculadas à Escola Estadual Dr. Aymar Baptista Prado, ampliando mais uma em 2002, até chegar à quarta classe, em agosto de 2005. São quatro professoras habilitadas em Educação Especial atendendo crianças nos leitos das enfermarias, quando estão impedidas de se locomover, ou nas três salas destinadas pelo hospital, que contam com recursos pedagógicos diversos.

Os pacientes, na faixa etária de 06 a 14 anos, são alunos do Ensino Fundamental e vêm de toda parte do Brasil, mas são atendidos também alunos com idade inferior ao estabelecido ou aqueles matriculados no Ensino Médio. No caso de internação de uma criança não matriculada, a matrícula é feita imediatamente pela escola vinculadora. Ao receberem alta, as crianças levam consigo um relatório referente ao seu rendimento, para ser apresentado à escola de origem.

As quatro professoras da EE Aymar Baptista Prado – Maria Aparecida Fava Magalini, Sandra Helena Vicente de Carvalho, Rejane Campos e Gisele Gomes Negrão Brancalion – atendem hoje cerca de 89 alunos, segundo informa a diretora Neide Lorençato Medeiros. Um dado que confirma o bom trabalho realizado pelo Projeto Classe Hospitalar é a sua classificação no Programa Gestão Pública e Cidadania 2003, das Fundações Ford e Getúlio Vargas, pelo qual recebeu o prêmio de R$ 6 mil. O mesmo projeto foi selecionado, entre outros 700 do mundo inteiro, como Iniciativa de Boa Prática (Good Practice) pela agência Un-Habitat, da Organização das Nações Unidas.

Hospital Amaral Carvalho – A primeira classe hospitalar vinculada à Escola Estadual Prof. Dr. Benedicto Montenegro, na cidade de Jaú, foi criada em 2003. A crescente demanda de crianças em tratamento oncológico, tanto internadas quanto ambulatoriais, levou à instalação de mais uma classe em 2005. Hoje, são cerca de 40 pacientes-alunos, com idades variando entre 7 e 14 anos, vindos de várias cidades do Estado de São Paulo e também de outras regiões, como Minas Gerais, Amazonas, Santa Catarina e Ceará.

As professoras Lúcia Helena Ormelese de Barros e Ana Cláudia Volpato contam com o apoio da equipe médica, que as mantém informadas sobre o período de afastamento da criança. Isso facilita um planejamento educacional adequado quanto aos conteúdos curriculares e avaliações que serão feitas durante esse tempo, para que a criança não perca o ano letivo.

Centro de Atenção Integral à Saúde (CAIS) Clemente Ferreira – Desde fevereiro de 2004, cerca de 60 crianças e adolescentes da cidade de Lins, portadoras de deficiência mental, são atendidos no CAIS Clemente Ferreira, que mantém duas classes vinculadas à Escola Estadual João Pedro de Carvalho Neto, orientadas pelas professoras Neide Francisca Chagas Granjeiro e Fátima Campaner dos Santos Oliveira.

Com características próprias, essas classes atendem a uma clientela específica, de zero a 17 anos, com pacientes do Estado de São Paulo e que, devido ao quadro que apresentam, residem no hospital.

Hospital de Clínicas – Unesp de Botucatu – Todas as crianças internadas na enfermaria da Pediatria da Unesp, com idade entre 7 e 14 anos, são atendidas na classe instalada em setembro de 2005. Quer estejam no leito ou no isolamento, a professora Neudeni Sanine Alves, da Escola Estadual Prof. Américo Virgínio dos Santos, trabalha o calendário escolar segundo o que está sendo dado em sala de aula na escola a que pertencem os alunos.

Diariamente, são atendidas cerca de 12 crianças, que podem ter menos de 7 anos e até 16 anos (idade máxima para internação na Pediatria).

Os pacientes contam com uma sala equipada, livros didáticos de todas as séries e livros de leitura. Essa preocupação em dar o melhor atendimento tem trazido resultados muito positivos, como relata a professora Neudeni. “Um aluno da cidade de Itaí, que passou por um transplante de rim é um caso interessante: ao voltar para a escola de origem, a sua professora disse que ele estava aprovado e com a matéria assimilada”.

Fundação Pio XII – Hospital do Câncer de Barretos – Cerca de 280 crianças, com idades que variam até 25 anos, passam pela classe hospitalar da Fundação Pio XII, vinculada à Escola Estadual Benedito Pereira Cardoso, na cidade de Barretos. Aberta em maio deste ano, a classe é formada por pacientes da Pediatria Oncológica, que desenvolvem atividades de informática, artes plásticas e artesanato (fuxico, decoupage, cartões de Natal), além de outras complementares, utilizando vídeos e DVDs. As professoras Maria Júlia da Costa Valle e Lílian Cristina Calixto fazem também um trabalho de envolvimento com as mães dos alunos, orientando nos trabalhos de artesanato e leitura.

Hospital Materno Infantil de Marília – Vinculada à Escola Estadual Profa. Carlota de Negreiros Rocha, a classe hospitalar que funciona no Materno Infantil de Marília desde o ano passado (durante anos a classe estava dentro do Hospital de Clínicas da cidade) atende de 15 a 25 alunos diariamente, com idades variando entre três e 14 anos, internados para tratamento por período prolongado ou não. Além de dar continuidade (ou início) aos estudos regulares, estar na escolinha ajuda a diminuir os traumas psicológicos decorrentes da internação e dos tratamentos a que são submetidos.

Mesmo não comparecendo às aulas nas suas escolas de origem, as crianças internadas têm atividades pedagógicas de acordo com o que elas já vinham aprendendo. A professora Ana Helena Zanco trabalha com diversas disciplinas e também com atividades de recreação e integração, usando inclusive o computador, instalado na sala onde funciona a classe hospitalar. Entre os projetos colocados em prática estão o da biblioteca móvel, o de humanização e o de datas comemorativas, que inclui até a Semana da Criança Dodói.

Vera Souza Dantas

Classes hospitalares




A Secretaria de Educação Especial define como classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento de saúde, seja na circunstância de internação, como tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental.
No INCA, a Classe Hospitalar tem como objetivo proporcionar o atendimento

pedagógico à crianças e adolescentes portadores de neoplasia, em tratamento quimioterápico ambulatorial e assegurar a manutenção dos vínculos escolares, devolvendo a criança para sua escola de origem, com a certeza de que ela poderá se reintegrar ao currículo e aos colegas, sem prejuízo devido ao afastamento temporário.
As atividades escolares são desenvolvidas diariamente por duas professoras, que, inicialmente, procuram descobrir as áreas de interesse do aluno para viabilizar sua expressão, possíveis dúvidas acadêmicas e a aquisição do vínculo, fator primordial para o aprendizado. A partir desse contato, são planejadas atividades que possibilitem a criança superar suas dificuldades e apropriar-se de novas habilidades e competências. Nas situações em que o paciente estiver inserido numa escola regular, é solicitado aos responsáveis que tragam para o hospital todo o material escolar da criança a fim de que seja garantida a continuidade do currículo desenvolvido pela escola de origem.
Desde a sua implantação no ano letivo de 2000, quando foi assinado o convênio entre o hospital e a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, a Classe Hospitalar já matriculou cerca de 450 crianças. O trabalho foi inicialmente oferecido aos pacientes da Enfermaria de Oncologia Pediátrica, Hematologia Pediátrica e do Ambulatório de Quimioterapia Infantil, posteriormente foi ampliado, e atualmente beneficia crianças e adolescentes submetidos a transplante de medula óssea.
A atividade escolar no hospital contribui para a diminuição do estresse causado pelas sucessivas internações, proporciona integração entre os profissionais e permite que o paciente sinta-se produtivo no seu papel de aprendiz. Isto favorece a construção do conhecimento e contribui para a promoção da saúde.
O trabalho realizado pela Classe Hospitalar constitui parte integrante do tratamento oncológico e está de acordo com a Resolução n.º 2 do Conselho Nacional de Educação, de 11 de fevereiro de 2001, que em seu Art. 13 determina: "Os sistemas de ensino, mediante ação integrada com os sistemas de saúde, devem organizar o atendimento educacional especializado a alunos impossibilitados de freqüentar as aulas em razão de tratamento de saúde que implique internação hospitalar, atendimento ambulatorial ou permanência prolongada em domicílio.



Veja as fotos http://www.inca.gov.br/fotos/photobook_inca.asp?id=121


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Atendimento multidisciplinar

Partindo da premissa de que o atendimento hospitalar não se realize somente no âmbito físico e sim multifatorial, as ações da pedagogia se efetuam sob a ótica de que mesmo passando por uma internação, a criança e o adolescente não precisam ter o seu processo de escolarização prejudicado.
Vivencia-se em uma unidade hospitalar uma realidade onde o escolar que passa por uma hospitalização, apresenta por vezes queixas relacionadas a freqüência, conteúdos, evasão, repetência e retorno à escola pós-alta. A atenção pedagógica nestas situações requer um atendimento específico e direcionado para contribuir com o tratamento e abreviar a permanência hospitalar. Através de atendimento diário com a equipe de saúde da unidade, faz-se um acompanhamento deste paciente criando um vínculo que favorecerá o contexto da internação. Posteriormente, envolve-se a escola e a família, procurando suprir as dificuldades e ansiedades quanto a escolarização. O envolvimento de tais seguimentos incrementa consideravelmente o atendimento psicopedagógico. O afastamento, por parte do internado, de sua família, escola e amigos por vezes altera sua auto-estima e provoca reações que irão de alguma forma modificar a trajetória de vida deste paciente. Cabe aqui a intervenção psicopedagógica, que irá auxiliar este paciente no momento de ressignificação de seus valores e desejos interrompidos pela internação.

Saiba um pouco mais sobre a Leucemia


TRATAMENTO DA DOENÇA
Existem muitas formas de tratar a leucemia, entre elas:
Quimioterapia
Tratamento por substâncias químicas que afetam o funcionamento celular atacando as células doentes. A quimioterapia pode causar:

1. Perda de cabelo;
2. Diarréia;
3. Vômitos e enjôo;
4. Aftas e feridinhas na boca.


Radioterapia


Tratamento feito com o uso de raios

por máquinasparecidas com a de raio X

que é capaz de destruir células tumorais.


Terapia- alvo

É o tratamento feito com medicamentos que vão atacar diretamente as células que alimentam a doença, é tido como um míssil teleguiado, que não afeta as outras células que não estão doentes.


Transplante de medula óssea

É o tratamento mais indicado para a cura da leucemia, precisa de uma pessoa saudável que seja um doador de medula, então é feita a retirada da medula do doador e transplantada no pessoa que tem leucemia. É muito difícil encontrar uma medula compatível para a realização do transplante.

Espero ter esclarecido algumas dúvidas sobre a doença que acomete alguns alunos que frequentam nossas escolas regulares.

Viviane Pereira Maito - Professora do Programa de Escolarização do Hospital de Clínicas de Curitiba - Ambulatório Hemato-Onco-Pediatria.

A Expansão da Pedagogia Hospitalar.

A Pedagogia Hospitalar vem se expandindo no atendimento a criança hospitalizada.
A visão humanística que muitos dos hospitais do Brasil procuram enfatizar na sua prática, vem demonstrando que não é só o corpo que deve ser "olhado", mas o ser integral, suas necessidades físicas, psíquicas e sociais. O pedagogo, ao promover experiências vivenciais dentro de um hospital - brincar, pensar, criar, trocar - estará favorecendo seu desenvolvimento, que não deve ser interrompido em função de uma hospitalização.

No Hospital Infantil Joana de Gusmão, a atuação deste profissional iniciou na década de 70 com a implantação do Programa de Recuperação Neuropsicomotora de Crianças Severamente Desnutridas, onde a equipe multiprofissional assistia a criança em suas especificidades afetivas, cognitivas e sociais.
Atualmente, as ações da equipe pedagógica vêm sendo desenvolvidas através de programas educacionais, realizados por pedagogas, professoras, recreadoras e estagiários.

Os programas são:

- Ambulatório - triagem - diagnóstico, orientação e acompanhamento escolar para crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e com dificuldades na aprendizagem;
- Atendimento Pedagógico em Equipe Multidisciplinar - atendimento nas unidades viabilizando a interação entre equipe multidisciplinar do hospital e o processo escolar;
- Classe Hospitalar - continuidade da escolaridade formal, mantendo a sistematização da aprendizagem, promovendo o desenvolvimento e contribuindo para a reintegração à escola após alta hospitalar;
- Recreação - oportuniza o brincar como proposta terapêutica, possibilitando através do brinquedo e brincadeiras, reelaborar as manifestações de alegria e do lazer, resgatando a vitalidade e autoconfiança;
- Estimulação essencial - para crianças de 0 a 6 anos com atraso no Desenvolvimento Neuropsicomotor.

FORMAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA EM CLASSES HOSPITALARES: RESPEITANDO A CIDADANIA DE CRIANÇAS E JOVENS ENFERMOS




A criação de classes escolares em hospitais é resultado do reconhecimento formal de que crianças hospitalizadas, independentemente do período de permanência na instituição ou de outro fator qualquer, têm necessidades educativas e direitos de cidadania, onde se inclui a escolarização.

Esse não é fenômeno recente. Fonseca e Ceccim (1999) abordam o assunto e esclarecem que, a partir da segunda metade do século XX, observou-se que, em países desenvolvidos, como Inglaterra e Estados Unidos, orfanatos, asilos e instituições que prestavam assistência a crianças violavam aspectos básicos do desenvolvimento emocional das mesmas, por falta de atendimento integral. Concluiu-se igualmente que tais lacunas apresentavam o risco de seqüelas as quais, na vida adulta, poderiam evoluir para condições psiquiátricas sérias.

Decorreu daí a iniciativa de implementar experiências educativas para crianças e jovens internados em instituições hospitalares. Com o transcorrer do tempo, a providência foi também incorporada a hospitais brasileiros, com idêntico objetivo.

A despeito da justiça social dessa iniciativa, verificamos que, em nosso país, a escolarização de crianças e adolescentes hospitalizados não tem merecido atenção suficiente, por parte do poder público, seja em nível municipal, estadual ou federal. Na verdade, a ampliação dessa modalidade de educação ainda é incipiente em nosso país.

No âmbito das organizações da sociedade civil, temos algumas indicações da preocupação com o respeito aos direitos dessas crianças e adolescentes. O Departamento de Defesa dos Direitos da Criança, da Sociedade Brasileira de Pediatria, através dos participantes na 27a Assembléia Ordinária do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), ocorrida em Brasília, em 17 de outubro de 1995, elaborou um documento, aprovado por unanimidade e transformado em Resolução no 41. Entre os 20 itens que se referem aos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados encontra-se o de no 9, o qual preconiza: Direito a desfrutar de alguma forma de recreação, programa de educação para a saúde, acompanhamento do currículo escolar, durante sua permanência hospitalar.

A legislação brasileira reconhece o direito de crianças e adolescentes hospitalizados ao atendimento pedagógico-educacional. A esse respeito, merece destaque a formulação da Política Nacional de Educação Especial (MEC/SEESP, 1994 e 1995). Essa propõe que a educação em hospital seja realizada através da organização de classes hospitalares, devendo-se assegurar oferta educacional não só aos pequenos pacientes com transtornos do desenvolvimento, mas, também, às crianças e adolescentes em situações de risco, como é o caso da internação hospitalar (Fonseca,1999).

As providências mencionadas são muito importantes, especialmente se considerarmos que, apesar de acometida por uma enfermidade, a criança hospitalizada tem interesses, desejos, sonhos e direitos de cidadania, como qualquer outra pessoa de sua idade.

Dados do I Encontro Nacional sobre Atendimento Pedagógico-Hospitalar realizado no Rio de Janeiro em julho de 2000, indicam que no Brasil existem 67 classes hospitalares em funcionamento e o município do Rio de Janeiro contava com 11 dessas instituições em atividade e 17 professores atuando, destacando-se, entre essas, a classe hospitalar mais antiga ainda em funcionamento no Hospital Municipal Jesus (hospital público infantil), que iniciou oficialmente suas atividades em 14 de agosto de 1950.

Essas onze classes hospitalares em atividade no Rio de Janeiro são vinculadas à Secretaria Municipal de Educação e contam com professoras concursadas pelo município. Elas constituem uma extensão da escola no hospital, isto é, seguem o mesmo conteúdo didático sugerido pelo município, atendendo crianças e jovens desde a Educação Infantil até a quarta série do primeiro segmento do ensino fundamental. Devido às condições de saúde e peculiaridades do alunado atendido, desenvolvem percursos individualizados, a partir de temas emanados do multieducação – núcleo curricular básico do município.

Essas instituições podem ser consideradas como espaços não-formais de educação, uma vez que, como definido por Fávero (1980), a educação não-formal abrange qualquer tentativa educacional organizada e sistemática que se realiza fora dos quadros do sistema formal (de ensino), para fornecer determinados tipos selecionados de aprendizagem (p.23).

Gohn (1999 ) acrescenta que a educação não-formal designa um processo com quatro campos de dimensões, entre eles, um que abarca aprendizagem dos conteúdos da escolarização formal, escolar, em espaços diferenciados (pp. 98,99) – o que inclui a classe hospitalar. Segundo a autora, no espaço de educação não-formal existe a preocupação de se transmitir os mesmos conteúdos da escola formal, entretanto esse repasse é desenvolvido em espaços alternativos e com metodologias e seqüências cronológicas diferenciadas (p.102).

Em pesquisa realizada em quatro classes hospitalares do município do Rio de Janeiro com nove professoras participantes (Amaral, 2001), os resultados indicam que, do ponto de vista da formação acadêmica, predominou a formação universitária, havendo significativa presença de pós-graduadas. Entre as docentes, ficou claro o desejo de acesso a uma formação mais consistente com as demandas do trabalho nesses ambientes, de preferência no nível de especialização. Compreender e respeitar essa reivindicação implica a consciência de que, para atender à clientela de alunos hospitalizados, são necessários conhecimentos sobre a rotina hospitalar, medicamentos, diferentes tipos de enfermidades, dentre outros aspectos que não constituem práticas usuais de uma professora de escola regular e nem fazem parte do currículo da formação para o magistério, habitualmente. A ampliação das oportunidades de aperfeiçoamento profissional poderá preencher lacunas que a formação inicial docente deixou em aberto.

Não se pode desconsiderar, conforme registro das entrevistadas, que pouco se divulga sobre classes hospitalares no contexto universitário e, durante a graduação, não se tem informação sobre essa alternativa de prática docente. Nessa linha de pensamento, a possibilidade de continuar estudando após a graduação (em um curso voltado para a área pedagógico-hospitalar) só teria a acrescentar elementos qualitativos à sua prática cotidiana. Para reforçar essa proposta, recorremos às palavras das próprias participantes:

“A gente está sempre em busca de conhecimento que venha a somar para o nosso trabalho. A graduação deixa muito a desejar em relação à Educação Especial. A gente nem ouve falar em classe hospitalar”. Professora E.

“Um curso de especialização voltado para essa temática, a classe hospitalar, seria o ideal”. Professora C.

Dessa maneira seria possível viabilizar a difusão de experiências bem sucedidas, a busca cooperativa de solução para problemas do cotidiano, além de contribuir para aprofundar o conhecimento sistemático das peculiaridades que permeiam a assistência multidisciplinar ou interdisciplinar a ser prestada às criança ou adolescentes enfermos.

Por outro lado, como referimos, caberia preencher lacunas em termos de conhecimento científico sobre diferentes tipos de doenças, procedimentos apropriados a cada grupo de clientes, buscando-se sempre a contribuição integrada de enfoques como os da Psicologia, Psiquiatria e Psicanálise, do Serviço Social, da Didática e da Pedagogia, de especialistas em ludoterapia, entre tantas outras áreas de fundamental importância para o trabalho dos professores em classes hospitalares.

Outra proposta que poderia ser atendida pela formação no nível de especialização em classes hospitalares, ou do trabalho de planejamento cooperativo em serviço, seria o preparo para a elaboração de um projeto político-pedagógico coerente com as necessidades e peculiaridades dessa clientela. Como em outras situações análogas, é evidente que um trabalho de qualidade não pode ficar à mercê do ensaio e erro ou restrito à boa vontade e capacidade de solidariedade e dedicação dos profissionais, por mais que esses aspectos sejam importantes.

Nessa perspectiva, as próprias universidades, no exercício da função de extensão universitária, poderiam promover experiências de apoio às instituições, na formulação, acompanhamento e avaliação da implementação de projetos político-pedagógicos apropriados aos objetivos e funções das classes hospitalares.

Também se fazem necessários estudos que subsidiem a formulação de diretrizes curriculares e metodologias de ensino-aprendizagem, a serem desenvolvidas junto às crianças e adolescentes que se encontram em situação particularmente desafiadora e que precisam ter garantidos seus direitos de cidadania.

A esse respeito, os resultados da pesquisa indicam que as professoras desenvolvem importantes iniciativas no sentido de adequar o currículo às demandas e necessidades do seu alunado. Porém, precisam de suporte pedagógico, diante da necessidade de pôr em ação um currículo que atenda às crianças e jovens com diferentes tipos de problemas de saúde e que, por isso, têm permanência curta, média ou de longa duração nas instituições hospitalares.

A prática pedagógica nesse espaço exige dos profissionais envolvidos maior flexibilidade, por tratar-se de uma clientela que se encontra em constante modificação, tanto em relação ao número de crianças que irão ser atendidas pelas professoras bem como no que diz respeito ao tempo que cada uma delas permanecerá internada e ainda o fato de serem crianças e jovens com diferentes patologias, requisitando diferentes intervenções. Logo, a atuação na classe hospitalar requer compreensão para a peculiaridade de que, mais do que em outras instituições, não existe uma receita pronta, um planejamento perfeito, uma cartilha de respostas a ser seguida, mas sim um desafio de se traçar, a partir de temas geradores, percursos individualizados.

As professoras recorrem, sempre que possível, à ajuda de acompanhantes das crianças, os quais precisam ser preparados para manifestar atitude positiva e de confiança na recuperação da saúde e/ou na adaptação às limitações presentes, garantindo a qualidade de vida. Não há dúvida da importância da parceria entre docentes e familiares, os quais desempenham relevante papel, como elemento de apoio e cooperação na preservação do equilíbrio possível entre os pequenos pacientes.

No que diz respeito aos profissionais de saúde envolvidos nesse processo, ainda existem algumas dificuldades a serem ultrapassadas, como o intercâmbio de informações acerca das patologias das crianças e jovens, a socialização do que está escrito nos prontuários ou ainda as recomendações a serem seguidas, de acordo com a enfermidade de cada paciente.

Acreditamos que tais dificuldades, teoricamente, seriam facilmente transponíveis e que poderão ser discutidas em seminários, reuniões ou mesmo simples encontros desses profissionais, que num diálogo franco e no trabalho cooperativo, poderiam avançar e apoiar-se mutuamente.

Além disso, os dados da pesquisa são eloqüentes no sentido de esclarecer que as professoras têm plena consciência de seu papel transformador nessa difícil realidade e acreditam na afirmação da saúde e da vida das crianças e jovens hospitalizados.

Para concluir, vale assinalar que nossa permanência no campo e o conseqüente envolvimento com as nove professoras e alunos das classes hospitalares dos quatro hospitais proporcionaram muita reflexão e esperança, além de convicções sobre o potencial do trabalho pedagógico junto aos espaços não convencionais, como é o caso das classes hospitalares. Ao mesmo tempo, pudemos inferir o quanto os cursos de graduação em Educação têm ficado à margem dessas alternativas...

Diante disso, são explicáveis as lacunas que afligem as professoras e outros profissionais que desenvolvem atividades técnico-pedagógicas e administrativas nesses espaços. Nessa linha de pensamento, a literatura analisada ao longo da pesquisa é categórica quanto à sua caracterização como eminentemente pedagógica. Decorre daí a premência de evitar o desenvolvimento de propostas meramente recreativas ou assistencialistas, sob o rótulo de classes hospitalares.

Da mesma forma, cumpre salientar a urgência de ampliação da proposta das classes hospitalares a todas as instituições, para garantir a cobertura universal de crianças e adolescentes hospitalizados, de acordo com suas condições e possibilidades. Nossos resultados não deixam dúvidas quanto à importância desse trabalho e os benefícios que ele traz não só para as crianças e jovens hospitalizados, mas para as famílias, para o corpo médico e para as professoras atuantes.

Inferimos igualmente, a partir de nossas observações, que as professoras entrevistadas têm enorme amor pelo que fazem, sem contudo perderem de vista a dimensão profissional. Por isso, buscam compartilhar com seus alunos a construção de conhecimentos, orientada para o exercício da cidadania. Sob esse ponto de vista, exercem o que chamamos de pedagogia do resgate: o resgate da saúde, a celebração da vida.

Lembramos ainda que as universidades que mantêm hospitais universitários para atendimento da população e prática hospitalar de seus alunos da área da saúde, poderiam incluir um projeto pedagógico-hospitalar, que teria potencial de prática dos acadêmicos da área da Educação e áreas como a psicologia, fonoaudiologia, enfermagem, serviço social, entre outras. Além da ampliação da abrangência da formação de futuros educadores universitários, essa providência seria muito relevante para as crianças e jovens hospitalizados. Além disso, constituiria enorme contribuição das universidades, no cumprimento de sua função social, respondendo a elevadas demandas da comunidade, promovendo um novo campo de atuação para o exercício da cidadania.
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Daniela Patti do Amaral - (Mestra em Educação pela Universidade Estácio de Sá - Brasil)

Dr.ª Maria Teresinha Pereira e Silva - (Professora do Mestrado em Educação e Direito da Universidade Estácio de Sá - Brasil)


BIBLIOGRAFIA

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